Reprodução em dietas totalmente vegetais (1955)
O estudo analisado no documento investiga os impactos negativos das dietas exclusivamente vegetais na reprodução de ratos ao longo de várias gerações. Os resultados apontam diversas deficiências e efeitos adversos associados a esse tipo de alimentação, sugerindo que, apesar de conterem todos os nutrientes conhecidos, as dietas à base de vegetais não são suficientes para garantir a reprodução saudável e a sobrevivência dos filhotes.
Os experimentos demonstraram uma alta taxa de mortalidade infantil quando os ratos eram alimentados exclusivamente com proteínas vegetais, como a soja altamente purificada. Em alguns casos, a mortalidade dos filhotes antes do desmame chegava a 69% na segunda geração, indicando uma piora progressiva ao longo do tempo. Além disso, os filhotes que sobreviviam frequentemente apresentavam crescimento deficiente e outras anormalidades físicas, como alopecia (queda de pelos) e até o desenvolvimento de neoplasias (tumores) em estágios mais avançados da vida. Essa degeneração sugere que dietas exclusivamente vegetais podem não fornecer todos os elementos necessários para um desenvolvimento saudável a longo prazo.
Outra descoberta alarmante foi a dificuldade de lactação observada nas fêmeas alimentadas apenas com proteínas vegetais. Embora as mães não apresentassem dificuldades para engravidar ou parir, a produção de leite parecia insuficiente ou de qualidade inadequada, contribuindo para o alto índice de mortalidade neonatal. Aparentemente, a dieta vegetal não fornecia os nutrientes essenciais para a adequada produção de leite, resultando em desnutrição dos filhotes logo nos primeiros dias de vida.
Os cientistas também exploraram a hipótese da existência de um "fator proteico animal", uma substância presente em produtos de origem animal que poderia ser essencial para a reprodução. No entanto, eles não conseguiram identificar um único fator responsável pelos problemas observados. O que ficou evidente foi que a substituição parcial das proteínas vegetais por proteínas animais resultava em melhorias significativas na sobrevivência e no desenvolvimento dos filhotes, sugerindo que há componentes essenciais na alimentação animal que não são facilmente substituídos por fontes vegetais.
Quando foram testadas dietas purificadas compostas apenas por aminoácidos essenciais, sem proteínas completas, os resultados foram igualmente problemáticos. O crescimento dos filhotes foi severamente prejudicado, a taxa de mortalidade permaneceu elevada, e muitas mães morreram logo após o parto. A deficiência de certos aminoácidos, como isoleucina, pareceu ser um fator crítico, uma vez que a suplementação dessa substância melhorou parcialmente a sobrevivência dos filhotes. No entanto, mesmo com ajustes nas concentrações de aminoácidos essenciais, os resultados nunca foram equivalentes aos observados em dietas contendo proteínas de origem animal.
A pesquisa também destacou que os problemas se tornavam mais evidentes ao longo das gerações, sugerindo que os animais poderiam estar esgotando reservas corporais de algum nutriente desconhecido. Em outras palavras, enquanto a primeira geração de ratos conseguia sobreviver com dificuldades, as gerações seguintes apresentavam taxas de mortalidade ainda mais altas e um desenvolvimento progressivamente pior.
Além da alta mortalidade, foram observadas anomalias histológicas nos filhotes, indicando que a nutrição inadequada durante o desenvolvimento inicial pode ter efeitos deletérios a longo prazo. O aparecimento de tumores e outros problemas de saúde em ratos adultos reforça a hipótese de que a deficiência nutricional decorrente de dietas exclusivamente vegetais pode comprometer não apenas a reprodução, mas também a saúde geral e a longevidade dos indivíduos.
Os autores concluíram que, embora algumas gerações possam sobreviver em dietas exclusivamente vegetais, as deficiências se acumulam ao longo do tempo, resultando em altas taxas de mortalidade e anomalias graves. O estudo sugere que os fatores desconhecidos essenciais para a reprodução saudável ainda precisam ser identificados e que dietas exclusivamente vegetais podem não ser adequadas para garantir a continuidade das espécies a longo prazo sem suplementação específica.
Fonte: https://bit.ly/42VSXj4
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