Pesquisa e cuidados com diabetes através dos tempos (1692)


Ao longo da história, diversas abordagens dietéticas foram usadas para tratar o diabetes, e muitas delas enfatizaram alimentos de origem animal. No século XVII, o médico inglês Thomas Sydenham recomendava que pacientes diabéticos evitassem frutas e vegetais e seguissem uma alimentação baseada em carnes fáceis de digerir, como carne de vitela e carneiro. Ele acreditava que essa abordagem poderia ajudar a controlar a doença, reduzindo a necessidade de carboidratos e mantendo a energia do corpo.

No século XVIII, John Rollo foi um dos primeiros médicos a prescrever uma dieta baseada quase exclusivamente em carne para diabéticos, acreditando que a redução de carboidratos ajudaria a controlar a doença. Ele recomendava o consumo de carnes, especialmente as mais gordurosas, e evitava frutas e vegetais devido ao seu teor de açúcar.

No século XIX, Bernhard Naunyn, um dos pioneiros no estudo moderno do diabetes, defendia uma dieta estritamente livre de carboidratos. Ele era extremamente rígido em sua abordagem, chegando a isolar pacientes por meses em seus quartos para garantir que não consumissem açúcar. Se a eliminação de carboidratos não fosse suficiente para controlar os sintomas, ele reduzia também a ingestão de proteínas, forçando o corpo a depender das gorduras como principal fonte de energia. Sua abordagem extrema visava eliminar qualquer vestígio de glicose da alimentação e influenciou diversos médicos da época.

Outro médico influente do século XIX, Arnoldo Cantani, seguiu uma abordagem semelhante e prescrevia uma dieta extremamente restrita, permitindo apenas carne magra e algumas gorduras. Ele também incluía ovos, fígado e frutos do mar para pacientes menos severos. Além disso, limitava a ingestão de líquidos, acreditando que isso ajudaria no controle da glicemia.

No início do século XX, o americano Frederick Allen desenvolveu um tratamento baseado em longos períodos de jejum, seguidos por uma dieta extremamente baixa em calorias, composta principalmente por proteínas e gorduras, como ovos e carnes. Ele acreditava que restringir drasticamente a ingestão calórica ajudaria a prolongar a vida dos pacientes, pois reduziria a demanda do corpo por insulina. Sua abordagem, embora eficaz no curto prazo, muitas vezes resultava em desnutrição severa e perda extrema de peso.

Com o avanço da ciência, essas dietas extremamente restritivas foram sendo substituídas por abordagens mais equilibradas, especialmente após a descoberta da insulina em 1921. No entanto, a ênfase em alimentos de origem animal como base alimentar para controle da glicemia permaneceu em algumas vertentes nutricionais.

Atualmente, há um crescente interesse em dietas baseadas em proteínas e gorduras animais para o controle do diabetes tipo 2. Estudos modernos exploram os potenciais benefícios da carne, ovos e laticínios integrais na regulação da glicemia, aproveitando seu efeito saciante e a ausência de picos de açúcar no sangue. Embora a abordagem tradicional da medicina tenha se voltado para dietas mais balanceadas, muitos defensores da alimentação carnívora e cetogênica veem nesses modelos um retorno às estratégias que, por séculos, foram aplicadas no tratamento do diabetes.

Fonte: https://bit.ly/4iIInQW

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