Percepção sobre o ferro: explorando padrões alimentares e deficiência de ferro entre adolescentes do sexo feminino na Suécia.
O estudo revelou que a deficiência de ferro é um problema significativo entre adolescentes suecas, afetando 38,1% das participantes. O cenário é ainda mais preocupante para aquelas que seguem dietas vegetarianas ou veganas, onde a taxa de deficiência chegou a alarmantes 69,4%. Mesmo pescetarianas, que ainda consomem peixe, apresentaram uma prevalência de 49,4%, muito maior do que os 30,5% observados entre onívoras. Isso indica que dietas com restrição de carne aumentam consideravelmente o risco de deficiência de ferro.
Um dos pontos críticos destacados é que a ingestão de ferro proveniente de fontes vegetais não foi suficiente para prevenir a deficiência, pois esse tipo de ferro (não-heme) tem uma absorção muito menor pelo organismo do que o ferro encontrado em carnes (heme). Além disso, o consumo elevado de hambúrgueres vegetais e leguminosas, comum entre vegetarianas, pode ter contribuído para a piora da situação devido à presença de fitatos e outros compostos que dificultam a absorção do ferro.
Outro problema detectado foi que a suplementação de ferro, embora mais comum entre vegetarianas/veganas (20,6%) do que entre onívoras (8,9%), não foi suficiente para compensar os baixos níveis de ferro no organismo. Isso sugere que apenas tomar suplementos pode não ser uma solução eficaz, especialmente se a dieta continuar limitada em fontes biodisponíveis do mineral.
Além disso, o estudo apontou que meninas com dietas mais restritivas tiveram níveis mais baixos de ferritina, um marcador essencial para avaliar as reservas de ferro. Isso pode indicar um risco maior de desenvolver anemia a longo prazo, mesmo que os níveis de hemoglobina não tenham mostrado diferenças significativas entre os grupos no momento do estudo. A deficiência de ferro pode levar a fadiga, dificuldades de concentração e desempenho escolar reduzido, o que representa um impacto negativo direto na qualidade de vida das adolescentes.
Outro dado preocupante é que o impacto das dietas restritivas sobre o ferro ocorre em um momento crítico de desenvolvimento. A adolescência é uma fase de rápido crescimento e alta demanda de ferro, o que torna a deficiência ainda mais perigosa. Além disso, a menstruação aumenta a perda de ferro, agravando ainda mais a situação para aquelas que não consomem fontes eficientes do nutriente.
Por fim, a tendência crescente de reduzir o consumo de carne por razões ambientais ou éticas pode ter um efeito colateral negativo na saúde das adolescentes, caso não sejam adotadas estratégias nutricionais adequadas. O estudo sugere que políticas públicas voltadas para a conscientização sobre a importância da ingestão de ferro e estratégias para melhorar sua absorção são essenciais para evitar problemas de saúde generalizados entre jovens que optam por dietas sem carne.
Fonte: https://bit.ly/4hiXvn1
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