Mitos e fatos sobre dietas com baixo teor de carboidratos
O artigo analisa os equívocos e as evidências científicas sobre dietas com baixo teor de carboidratos. Os autores, médicos e pesquisadores especializados em nutrição e metabolismo, argumentam que essa abordagem alimentar pode ser uma ferramenta poderosa para prevenir e tratar doenças como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, além de não ser apenas uma "moda passageira".
Principais conclusões do estudo:
A dieta low-carb não é perigosa
Muitas pessoas temem que reduzir carboidratos possa prejudicar órgãos como o coração, os rins e o fígado. No entanto, estudos mostram que dietas pobres em carboidratos não aumentam o risco de doenças cardiovasculares. Pelo contrário, melhoram fatores de risco, como triglicerídeos elevados, colesterol HDL baixo e resistência à insulina.
Além disso, a saúde dos rins não é comprometida, desde que a dieta seja formulada corretamente. Mesmo dietas com maior teor de proteína não causam danos a pessoas com rins saudáveis.
Ajuda no controle e até na remissão do diabetes
A redução de carboidratos na alimentação tem um impacto direto nos níveis de açúcar no sangue. O artigo cita estudos mostrando que mais da metade dos pacientes com diabetes tipo 2 pode entrar em remissão ao seguir uma dieta cetogênica (muito baixa em carboidratos), eliminando ou reduzindo drasticamente a necessidade de medicamentos.
Não causa falta de nutrientes
Existe o mito de que dietas low-carb são nutricionalmente pobres. No entanto, pesquisas indicam que essa dieta pode fornecer todos os nutrientes essenciais, incluindo vitaminas, minerais e fibras, desde que bem equilibrada. O consumo de carnes, ovos, peixes, vegetais de baixo amido e algumas frutas garante um perfil nutricional completo.
É sustentável a longo prazo
Muitas pessoas acreditam que dietas low-carb são difíceis de manter. Porém, estudos revelam que uma grande parte das pessoas que adotam esse estilo alimentar permanece na dieta por anos e mantém os benefícios para a saúde. O motivo? Saciabilidade: a combinação de proteínas e gorduras reduz a fome e facilita o controle do peso.
Pode ser acessível e adaptável
Outro mito comum é que uma dieta low-carb é cara. No entanto, estudos mostram que o custo adicional é pequeno e pode ser compensado pela redução de gastos com alimentos ultraprocessados. Além disso, a dieta pode ser adaptada para diferentes faixas de renda, priorizando alimentos como ovos, carnes mais baratas, vegetais frescos e gorduras naturais.
É eficaz para atletas
Muitos acreditam que os atletas precisam de carboidratos para ter energia. No entanto, estudos mostram que atletas que seguem uma dieta cetogênica podem manter ou até melhorar seu desempenho ao treinar o corpo para usar gordura como principal fonte de energia. Maratonistas, ginastas e praticantes de esportes de resistência já mostraram bons resultados com essa abordagem.
Não causa "gripe cetogênica" permanente
Algumas pessoas experimentam sintomas como fadiga e dor de cabeça ao iniciar a dieta. Esses sintomas, conhecidos como "gripe cetogênica", são temporários e causados pela perda de água e eletrólitos no início da adaptação. O artigo destaca que esse efeito pode ser prevenido ou minimizado com o consumo adequado de sódio, potássio e magnésio.
Impactos ambientais e flexibilidade na escolha de alimentos
Há preocupações sobre o impacto ambiental das dietas low-carb, especialmente devido ao consumo de carne. No entanto, especialistas apontam que a pecuária regenerativa pode, na verdade, contribuir para a sustentabilidade ambiental, ajudando a capturar carbono no solo.
Conclusão
O artigo conclui que a dieta low-carb é uma opção segura, eficaz e sustentável para muitas pessoas. Os autores argumentam que a resistência a essa abordagem se baseia em crenças ultrapassadas e em estudos antigos que não consideram as evidências mais recentes.
Diante do aumento de doenças crônicas como obesidade e diabetes tipo 2, os profissionais de saúde devem estar abertos a novas estratégias baseadas em ciência para oferecer aos pacientes opções eficazes de tratamento e prevenção.
Fonte: https://doi.org/10.3390/nu17061047
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