Ingestão de frutas e vegetais e risco de câncer de mama: uma análise conjunta de estudos de coorte


O estudo conduzido por Smith-Warner e colaboradores analisou se o consumo de frutas e vegetais realmente reduz o risco de câncer de mama. Utilizando dados de mais de 350 mil mulheres em oito estudos prospectivos, a pesquisa procurou uma resposta definitiva para essa questão. No entanto, os resultados mostraram que a ideia de que esses alimentos desempenham um papel protetor contra o câncer de mama não se sustenta em evidências científicas sólidas.

Os dados indicaram que mulheres que consumiam grandes quantidades de frutas e vegetais não apresentaram uma redução significativa no risco da doença em comparação com aquelas que consumiam quantidades menores. Mesmo ao examinar diferentes tipos de frutas e vegetais, como folhas verdes, frutas cítricas e outros grupos botânicos, não foi encontrada nenhuma associação consistente com a prevenção do câncer de mama. Isso sugere que a promoção intensa desses alimentos como parte fundamental de uma dieta preventiva pode estar equivocada.

Além disso, a análise revelou que mesmo entre as mulheres que ingeriam quantidades muito acima da média, o risco de desenvolver câncer de mama não foi menor. Isso enfraquece ainda mais a noção de que frutas e vegetais possuem algum efeito especial na prevenção da doença. Na prática, isso significa que indivíduos que baseiam sua alimentação na crença de que esses alimentos são essenciais para evitar o câncer podem estar perdendo tempo e recursos, sem obter o benefício esperado.

Esse estudo também expõe a fragilidade das recomendações nutricionais tradicionais, que há décadas enfatizam a importância das frutas e vegetais como componentes indispensáveis para a saúde. Muitas dessas orientações são baseadas em estudos observacionais falhos, frequentemente do tipo caso-controle, que são vulneráveis a vieses e erros. Quando dados mais rigorosos e bem controlados foram analisados, a suposta relação protetora desses alimentos contra o câncer simplesmente não se confirmou.

A conclusão inevitável é que a crença na necessidade de frutas e vegetais para prevenir o câncer de mama é infundada. Em vez de focar nesses alimentos, a atenção deve estar voltada para fatores com impacto real, como a obesidade, o consumo de álcool e o histórico familiar. Além disso, o estudo reforça a necessidade de questionar dogmas nutricionais amplamente aceitos sem base científica robusta, incentivando uma visão mais crítica sobre o que realmente contribui para a saúde.

Em resumo, o estudo desmonta a ideia de que frutas e vegetais desempenham um papel essencial na prevenção do câncer de mama. Seus resultados sugerem que esses alimentos são, na melhor das hipóteses, irrelevantes nesse contexto e, na pior, uma distração de medidas preventivas realmente eficazes. Assim, confiar nesses alimentos como ferramenta primária de proteção pode ser um erro estratégico na busca por uma vida saudável e na prevenção de doenças.

Fonte: https://bit.ly/3a698v4

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