Fibra e câncer colorretal (1996)
O consumo de fibra alimentar tem sido amplamente promovido como essencial para a saúde digestiva, mas há evidências que sugerem efeitos negativos pouco discutidos. Estudos apontam que certos tipos de fibras podem, paradoxalmente, aumentar o risco de problemas intestinais, ao invés de preveni-los.
Pesquisas indicam que algumas fibras fermentáveis estimulam excessivamente a proliferação celular na mucosa intestinal, um fator associado ao desenvolvimento de câncer colorretal. Além disso, enquanto populações com baixa ingestão de fibra frequentemente apresentam menor incidência de doenças digestivas, evidências epidemiológicas não sustentam com unanimidade a relação entre alta ingestão de fibra e redução do câncer de cólon.
Outro problema ocorre com a fermentação das fibras no intestino, que pode levar à produção excessiva de gases e causar desconforto abdominal, inchaço e diarreia. Algumas fibras, especialmente as solúveis, podem interferir na absorção de minerais essenciais como cálcio, ferro e zinco, comprometendo a nutrição. Há também preocupações com suplementos de fibra e alimentos enriquecidos, que, quando consumidos sem moderação, podem irritar o trato gastrointestinal e causar desequilíbrios na microbiota intestinal.
Além disso, há dúvidas sobre a eficácia das recomendações generalizadas de aumento do consumo de fibra na prevenção de doenças crônicas. Apesar de décadas de campanhas, a adesão a dietas ricas em fibras tem sido baixa e os benefícios esperados, como a redução de doenças cardiovasculares e câncer, não se concretizaram conforme o previsto. Alguns especialistas sugerem que fatores como o consumo excessivo de carboidratos refinados e inflamação crônica podem ser mais relevantes para a saúde do que a quantidade de fibra na dieta.
Dessa forma, é necessário reavaliar as alegações sobre os benefícios universais da fibra, especialmente considerando que sua ingestão excessiva pode trazer efeitos adversos à saúde intestinal e nutricional.
Fonte: https://bit.ly/3FvBHrh
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