Efeitos de curto prazo da alta proteína, alimentos ultraprocessados de baixo carboidrato no balanço de energia humana
O estudo publicado na Nature Metabolism investigou os efeitos de curto prazo do consumo de alimentos ultraprocessados (UPFs) enriquecidos com proteínas e com menos carboidratos na ingestão calórica e no equilíbrio energético de jovens adultos saudáveis. Para isso, 21 participantes foram submetidos a dois tipos de dieta à base de UPFs por 54 horas em um ambiente controlado.
Os participantes receberam aleatoriamente uma dieta com alto teor de proteína (30%) e menos carboidratos (29%) (HPLC-UPF) ou uma dieta com teor normal de proteína (13%) e carboidratos normais (46%) (NPNC-UPF). Ambas as dietas tinham o mesmo teor calórico, de gordura e de fibras, e os alimentos podiam ser consumidos à vontade.
Os principais achados mostraram que a dieta rica em proteínas resultou em um maior gasto energético (+128 kcal por dia) e uma menor ingestão calórica (-196 kcal por dia) em comparação com a dieta normal. Isso levou a um menor acúmulo de energia, embora ambos os grupos tenham apresentado um balanço energético positivo, indicando que houve excesso de ingestão calórica em ambas as dietas.
Além disso, a dieta HPLC-UPF reduziu os níveis do hormônio da fome (grelina) e aumentou os hormônios que promovem a saciedade (glucagon e peptídeo YY). Também foi observado que os participantes mastigaram mais e comeram mais devagar ao consumir os alimentos ricos em proteínas, o que pode ter contribuído para uma menor ingestão calórica.
No entanto, mesmo com esses efeitos favoráveis, a ingestão de UPFs ricos em proteínas não impediu o consumo excessivo de calorias. Isso sugere que, apesar dos benefícios da proteína para o controle do apetite e do metabolismo, outros fatores associados aos UPFs, como alta palatabilidade e densidade energética, podem incentivar a ingestão excessiva.
O estudo conclui que, embora uma dieta rica em proteínas e pobre em carboidratos possa ajudar na regulação da energia e na saciedade, o consumo de UPFs continua favorecendo o ganho calórico, o que pode impactar o controle de peso a longo prazo. Mais pesquisas são necessárias para entender os efeitos desse tipo de alimentação em populações com sobrepeso ou risco de doenças metabólicas.
Fonte: https://doi.org/10.1038/s42255-025-01247-4
Nenhum comentário: