Uma dieta cetogênica regula a ativação microglial para tratar a dependência de drogas
O estudo analisado investiga o papel da dieta cetogênica no tratamento da dependência de drogas. A dependência química é um problema de saúde pública global, caracterizado por mudanças no sistema de recompensa do cérebro causadas pelo uso de substâncias psicoativas. Essas mudanças afetam a função neural, dificultando a recuperação e aumentando o risco de recaída.
Nos últimos anos, pesquisas indicaram que a dieta cetogênica (DC) – caracterizada por baixo consumo de carboidratos e alta ingestão de gorduras – pode ter efeitos terapêuticos em doenças neurológicas. O estudo destaca que a DC pode ajudar no tratamento da dependência de drogas ao influenciar a ativação das microglias, células do sistema imunológico no cérebro. Essas células desempenham um papel importante na neuroinflamação, que está associada à dependência e à recaída.
A dieta cetogênica promove um estado metabólico chamado cetose, no qual o corpo utiliza corpos cetônicos (como o β-hidroxibutirato) como principal fonte de energia. Esses corpos cetônicos apresentam efeitos anti-inflamatórios e podem modular a ativação das microglias, reduzindo a neuroinflamação e protegendo os neurônios das alterações induzidas pelo uso de drogas.
Evidências apontam que a DC pode mitigar os sintomas de abstinência e reduzir o desejo por drogas como cocaína e álcool. Em modelos animais, observou-se que a dieta interferiu na resposta cerebral ao uso de drogas, reduzindo a ativação do sistema de recompensa e a busca compulsiva pela substância.
Embora os resultados sejam promissores, os autores destacam que mais estudos clínicos são necessários para validar a eficácia da DC em seres humanos dependentes de drogas. Além disso, a implementação da dieta deve ser cuidadosa, pois pode apresentar efeitos colaterais como alterações metabólicas e nutricionais.
Em resumo, a pesquisa sugere que a dieta cetogênica pode representar uma abordagem inovadora no tratamento da dependência química, atuando na redução da inflamação cerebral e modulando a atividade das células microgliais. Entretanto, mais investigações são essenciais para compreender completamente seu potencial e segurança.
Fonte: https://bit.ly/3CAbHdf
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