Relação de diferentes ingestões de proteínas de origem, quantidade de aminoácido plasmático com doença renal crônica

O estudo analisou a relação entre a ingestão de proteínas de diferentes fontes, a quantidade de certos aminoácidos no sangue e o risco de desenvolver doença renal crônica (DRC). Para isso, os pesquisadores acompanharam 176.980 participantes do UK Biobank, uma base de dados do Reino Unido, por um período médio de 12 anos. Os participantes tinham, em média, 56 anos e não apresentavam DRC no início do estudo.

Os pesquisadores dividiram as fontes de proteína em três categorias principais: proteínas derivadas de laticínios (como leite, queijo e iogurte), proteínas derivadas de peixes e proteínas de outras fontes, como carne vermelha, ovos, grãos e vegetais. Além disso, foram analisadas as concentrações de vários aminoácidos no plasma sanguíneo.

Os principais achados do estudo indicam que uma maior ingestão de proteínas provenientes de laticínios e peixes foi associada a um menor risco de desenvolvimento de DRC. A cada aumento no consumo dessas proteínas, houve uma leve redução no risco da doença. No entanto, a ingestão de proteínas de outras fontes não apresentou associação clara com o risco de DRC.

Um ponto importante do estudo foi a análise da carne vermelha e seu impacto na saúde renal. Diferente do que ocorre com os laticínios e peixes, o consumo de carne vermelha não demonstrou um efeito protetor significativo contra a DRC. Apesar disso, o estudo não encontrou uma associação direta entre o consumo de carne vermelha e um aumento do risco da doença.

Além das proteínas animais, o estudo também avaliou as proteínas vegetais, como aquelas presentes em grãos, leguminosas, oleaginosas e cereais integrais. Diferente das proteínas de laticínios e peixes, as proteínas vegetais não apresentaram uma relação clara com a redução do risco de DRC. Embora algumas pesquisas anteriores tenham sugerido que dietas ricas em proteínas vegetais podem ser benéficas para a saúde renal, os resultados deste estudo não demonstraram um impacto significativo. Isso pode ocorrer porque a digestão e absorção das proteínas vegetais diferem das proteínas animais, além do fato de que outros componentes das plantas, como fibras e compostos bioativos, podem influenciar os efeitos sobre os rins.

Além disso, os pesquisadores identificaram que concentrações mais elevadas de certos aminoácidos no sangue, como histidina, tirosina, isoleucina, leucina e valina, estavam associadas a um menor risco de desenvolver a doença renal. Esses aminoácidos são encontrados em maior quantidade em alimentos como laticínios e peixes, o que pode explicar parte dos efeitos benéficos observados.

Os mecanismos pelos quais essas proteínas e aminoácidos protegem os rins ainda não são totalmente compreendidos, mas acredita-se que proteínas do leite e do peixe contenham compostos bioativos que ajudam a reduzir a inflamação e melhorar a saúde dos vasos sanguíneos. Além disso, a melhor regulação do metabolismo de aminoácidos pode contribuir para a preservação da função renal.

O estudo reforça a importância da alimentação na prevenção de doenças renais e sugere que dietas ricas em proteínas de laticínios e peixes podem ser benéficas para a saúde dos rins. Os pesquisadores destacam que mais estudos são necessários para confirmar esses achados e entender melhor os mecanismos envolvidos.

Fonte: https://bit.ly/42XPmkB

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