O paradoxo do colesterol em longa data de um ponto quente da longevidade da Sardinia (zona azul)

O estudo investiga um fenômeno curioso: por que algumas pessoas muito idosas com colesterol mais alto vivem mais do que aquelas com níveis mais baixos? O colesterol alto é tradicionalmente considerado um fator de risco para doenças cardíacas, mas pesquisas recentes sugerem que essa relação pode ser diferente em pessoas de idade muito avançada.

Os pesquisadores analisaram 168 idosos com mais de 90 anos que vivem na região central da Sardenha, Itália, um local conhecido por sua alta taxa de longevidade. Durante um acompanhamento de seis anos, foram comparados os níveis de colesterol desses idosos com seus tempos de vida. Os resultados mostraram que aqueles com níveis mais altos de colesterol LDL viveram mais tempo do que aqueles com níveis mais baixos. A diferença foi estatisticamente significativa, sugerindo que esse paradoxo do colesterol pode ser um fator real na longevidade.

Uma possível explicação para esse paradoxo é que o colesterol desempenha funções importantes no corpo, como ajudar na manutenção das células, na produção de hormônios e até na proteção contra infecções. Em idosos, níveis um pouco mais altos de colesterol podem ser benéficos, ao contrário do que se acredita para adultos mais jovens. Os autores descartaram que os resultados fossem apenas reflexo de doenças pré-existentes (como câncer ou desnutrição, que podem reduzir o colesterol), reforçando a ideia de que a relação entre colesterol e longevidade pode ser mais complexa do que se pensava.

Além do colesterol, outros fatores podem influenciar a longevidade, como a genética, a dieta e o estilo de vida. Os idosos da Sardenha seguem uma alimentação tradicional, fazem atividade física regularmente e vivem em um ambiente de forte interação social. Essas condições podem neutralizar os possíveis efeitos negativos do colesterol alto, contribuindo para uma vida mais longa.

Os pesquisadores sugerem que mais estudos são necessários para entender melhor essa relação e avaliar se realmente faz sentido reduzir o colesterol em pessoas muito idosas. O estudo indica que estratégias de saúde devem ser personalizadas, levando em conta o contexto individual e a complexidade do processo de envelhecimento. Em resumo, para pessoas com idade muito avançada, o colesterol alto pode não ser um vilão, mas sim um aliado inesperado para uma vida mais longa.

Fonte: https://bit.ly/4idtcPo

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