Estudo piloto de uma dieta cetogênica no transtorno bipolar: uma avaliação de processo

O estudo investigou a viabilidade e aceitação da dieta cetogênica como uma estratégia para auxiliar pessoas com transtorno bipolar. Esse transtorno é uma condição psiquiátrica grave que afeta milhões de pessoas, caracterizado por episódios de euforia extrema (mania ou hipomania) e depressão profunda. Os tratamentos convencionais incluem medicamentos e terapias, mas muitos pacientes continuam a enfrentar desafios para estabilizar o humor e controlar os efeitos colaterais das medicações. Por isso, novas abordagens terapêuticas são necessárias.

A dieta cetogênica, baseada em uma alimentação rica em gorduras e com muito baixo consumo de carboidratos, tem sido estudada por seu potencial efeito estabilizador no cérebro. A hipótese central é que a dieta melhora o metabolismo energético do cérebro ao fornecer cetonas como fonte alternativa de energia, o que pode ajudar a regular o humor e reduzir os sintomas do transtorno bipolar.

Neste estudo, um grupo de participantes diagnosticados com transtorno bipolar seguiu uma dieta cetogênica modificada por um período de 6 a 8 semanas. A pesquisa incluiu entrevistas com os participantes e profissionais de saúde para entender suas experiências, dificuldades e percepções sobre os efeitos da dieta. Além disso, foram monitorados indicadores fisiológicos, como níveis de cetonas no sangue, variações de peso e bem-estar geral.

Os resultados indicaram que a adesão à dieta cetogênica pode ser desafiadora, especialmente no início, mas muitos participantes relataram benefícios expressivos, como maior estabilidade emocional, redução de oscilações de humor, maior clareza mental e até perda de peso significativa. No entanto, algumas dificuldades foram observadas, como a necessidade de planejamento rigoroso, a adaptação a um novo padrão alimentar e os custos elevados dos alimentos recomendados.

O estudo destacou que o suporte da equipe médica e da família foi essencial para a adesão à dieta. Recursos como metas semanais, aplicativos para monitoramento e acompanhamento com nutricionistas ajudaram os participantes a manter o plano alimentar. Ainda assim, fatores externos, como a rotina social e a situação financeira, afetaram a capacidade de algumas pessoas de seguir a dieta a longo prazo.

Diante desses achados, os pesquisadores concluíram que a dieta cetogênica pode ser uma abordagem promissora no manejo do transtorno bipolar, mas ressaltaram que mais pesquisas são necessárias, especialmente em larga escala e por períodos prolongados. Além disso, futuros estudos devem buscar estratégias para tornar essa intervenção mais acessível, sustentável e personalizada para diferentes perfis de pacientes.

Fonte: https://bit.ly/3PXplu0