As falhas fatais dos questionários de frequência alimentar e outros métodos de avaliação dietética baseados na memória

A confusão atual sobre "o que comer" e as controvérsias sobre os supostos efeitos do açúcar, gordura, sal e colesterol na dieta não são motivadas por diferenças legítimas na inferência científica de dados válidos, mas foram geradas por 5 décadas de relatórios epidemiológicos profundamente falhos, comprovadamente enganosos e amplamente pseudocientíficos, baseados em métodos de avaliação alimentar baseados na memória (autorrelatados).

Este artigo discute as falhas graves dos métodos baseados em memória, como os questionários de frequência alimentar e as entrevistas dietéticas de 24 horas, amplamente utilizados em estudos nutricionais. Esses métodos são considerados inválidos porque dependem da memória humana, que é imprecisa, sujeita a vieses e incapaz de refletir com precisão o consumo real de alimentos e bebidas.

Um dos problemas centrais é o erro de categoria, que ocorre quando memórias subjetivas e percepções são tratadas como dados concretos. Na prática, essas informações não têm conexão direta com o consumo físico dos alimentos. Além disso, há a reificação, que é quando atribuímos valores nutricionais a relatos baseados na memória, transformando dados anedóticos em números sem base científica. Esse processo, chamado de pseudoquantificação, desrespeita os princípios fundamentais da medição científica.

Outro ponto crítico é a impossibilidade de validar os dados. Não dá para garantir que os alimentos relatados correspondam ao que foi realmente consumido, o que torna os erros de medição impossíveis de quantificar ou corrigir. Isso leva a estimativas frequentemente implausíveis, como ingestões de energia tão baixas que seriam insuficientes para sustentar a vida ou relatos exagerados que não condizem com a realidade. Por causa disso, esses dados são inadmissíveis em pesquisas sérias.

As consequências do uso desses métodos são significativas. Durante décadas, diretrizes alimentares e políticas públicas foram baseadas nesses dados falhos, o que só aumentou a confusão sobre "o que comer" e levou a decisões políticas mal embasadas. Isso gerou um discurso fictício sobre a relação entre dieta e doenças, contribuindo para desinformação e recomendações alimentares que podem ser prejudiciais à saúde pública.

A recomendação dos autores é clara: devemos parar de usar métodos baseados na memória em pesquisas científicas e na formulação de políticas públicas. A ciência nutricional precisa buscar ferramentas objetivas e confiáveis para coletar dados, abandonando práticas que perpetuam erros e atrasam o progresso científico.

Fonte: https://bit.ly/3PBfuK6

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