A transição da proteína: o que determina as proporções de proteínas de animais para plantas (A: P) em dietas globais


O artigo analisa a mudança global na proporção de proteínas de origem animal e vegetal nas dietas das populações. Enquanto países ricos tentam reduzir o consumo de proteínas animais para equilibrar com proteínas vegetais, em muitos países de renda baixa e média ocorre o oposto: conforme a renda aumenta, o consumo de proteínas animais cresce.

Esse fenômeno segue uma tendência econômica conhecida como Lei de Bennett, que sugere que à medida que as pessoas ganham mais dinheiro, elas tendem a diversificar suas dietas, incluindo mais alimentos de origem animal, como carne, leite e ovos. Nos países desenvolvidos, políticas governamentais e campanhas de conscientização incentivam o consumo de mais proteínas vegetais, seja por razões ambientais, de saúde ou de sustentabilidade. Já nos países em desenvolvimento, a tendência natural é aumentar o consumo de proteínas animais, pois essas são vistas como alimentos mais nutritivos e desejáveis.

O estudo utilizou dados históricos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Banco Mundial para analisar a relação entre renda nacional e a proporção de consumo de proteínas animais e vegetais. Os resultados mostraram que essa relação se mantém forte ao longo do tempo: países com renda mais alta geralmente apresentam uma maior proporção de proteínas animais na alimentação.

Enquanto algumas nações europeias estabelecem metas para reduzir o consumo de carne e laticínios, não há precedentes históricos de países ricos adotando uma dieta majoritariamente baseada em plantas. Além disso, a tentativa de impor dietas globais com menos carne pode ser ineficaz, já que vai contra as tendências econômicas naturais.

O estudo conclui que a transição para mais proteínas vegetais nos países ricos pode ser impulsionada mais por fatores econômicos (como aumento de preços da carne) do que por escolhas conscientes da população. Em países em desenvolvimento, o aumento do consumo de proteínas animais reflete a busca por uma alimentação mais rica e nutritiva.

Em resumo, a relação entre renda e dieta é um fator-chave para entender as mudanças nos padrões alimentares globais. Políticas de alimentação sustentável devem levar em conta as diferenças entre países ricos e pobres para serem eficazes e realistas.

Fonte: https://bit.ly/3Qmmf2A

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