O efeito de uma dieta pobre em carboidratos no tecido adiposo subcutâneo em mulheres com lipedema

O estudo investigou os efeitos de uma dieta de baixo carboidrato (low-carbohydrate diet LCD) em mulheres com lipedema, uma condição caracterizada por acúmulo de gordura subcutânea simétrico nas extremidades inferiores, dor e sensibilidade ao toque. Este distúrbio, frequentemente confundido com obesidade, resiste a tratamentos convencionais, o que levou os pesquisadores a explorar abordagens nutricionais inovadoras.

Treze mulheres com lipedema e obesidade participaram, sendo divididas entre uma dieta LCD (75g de carboidratos/dia) e uma dieta de baixo teor de gordura (180g de carboidratos/dia), ambas limitadas a 1.200 kcal/dia por 8 semanas. Avaliações incluíram medições de gordura subcutânea, massa muscular, composição corporal, circunferência da panturrilha e intensidade da dor.

Os resultados destacaram que a dieta LCD proporcionou benefícios exclusivos. Apenas neste grupo houve uma redução significativa na área de gordura subcutânea, na circunferência da panturrilha e nos níveis de dor. Embora ambos os grupos tenham perdido peso, gordura corporal total e massa muscular, os efeitos no tecido adiposo subcutâneo e na dor diferenciaram a dieta LCD como uma abordagem promissora. A redução de carboidratos parece contribuir para diminuir a inflamação e o conteúdo de água nos tecidos, aliviando a pressão sobre os nervos e, consequentemente, a dor.

A pesquisa sugere que o lipedema pode estar associado a características metabólicas específicas, como resistência à insulina e menor sensibilidade ao glucagon, o que torna a redução de carboidratos uma estratégia eficaz. A dieta LCD induz mudanças metabólicas, como a cetose, que podem facilitar a lipólise, ajudando a reduzir o volume de gordura subcutânea afetada.

Apesar da amostra reduzida e da curta duração do estudo, os resultados apontam para o potencial das dietas de baixo carboidrato como parte do manejo do lipedema, desafiando a ideia de que a condição não responde a intervenções alimentares. Estudos futuros com maior duração e amostras amplas são recomendados para confirmar esses achados e explorar ainda mais os mecanismos envolvidos. Este avanço pode oferecer uma nova esperança para pacientes que frequentemente enfrentam limitações significativas na qualidade de vida.

Fonte: https://bit.ly/3ZcelNz

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