Efeitos da dieta pobre em carboidratos no metabolismo da glicose e dos lipídios em pacientes com sobrepeso ou obesidade com DM2: uma meta-análise de ensaios clínicos randomizados
A recente meta-análise realizada por Wende Tian e colaboradores investiga os efeitos de dietas com baixo teor de carboidratos em pacientes com diabetes tipo 2 (DT2) que estão acima do peso ou obesos. O estudo, publicado em janeiro de 2025, é uma resposta à crescente preocupação com a combinação de DT2 e obesidade, que representa um desafio significativo para a saúde pública.
Os pesquisadores analisaram dados de 17 ensaios clínicos randomizados, envolvendo 1.197 participantes. Os resultados mostraram que as dietas com baixo teor de carboidratos levaram a melhorias significativas nos níveis de hemoglobina A1c (HbA1c) e na glicose plasmática em jejum. Além disso, essas dietas reduziram os triglicerídeos e aumentaram o colesterol HDL, sem afetar os níveis de colesterol LDL e colesterol total. Os participantes também experimentaram perda de peso, diminuição do índice de massa corporal (IMC), redução da pressão arterial diastólica e diminuição da circunferência da cintura.
Apesar dos resultados promissores, os autores destacam a necessidade de mais pesquisas para padronizar as diretrizes dietéticas e avaliar os efeitos a longo prazo das dietas com baixo teor de carboidratos. A falta de consenso sobre a definição exata do que constitui uma dieta "baixa em carboidratos" complica a interpretação dos dados. As diretrizes atuais da American Diabetes Association reconhecem essas dietas como uma abordagem eficaz para o manejo do diabetes, mas sua ausência nas Diretrizes Alimentares para Americanos levanta questões sobre a flexibilidade das recomendações dietéticas.
Os autores concluem que as dietas com baixo teor de carboidratos podem ser uma estratégia valiosa no controle glicêmico e na melhoria dos perfis lipídicos em pacientes com DT2 que estão acima do peso ou obesos. No entanto, enfatizam a importância de considerar as necessidades individuais dos pacientes ao aplicar essas intervenções na prática clínica. A pesquisa futura deve se concentrar em entender melhor os efeitos dessas dietas ao longo do tempo e garantir que não haja deficiências nutricionais associadas.
Fonte: https://bit.ly/4ae4zzi
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