Dieta cetogênica como intervenção metabólica nutricional para transtorno obsessivo-compulsivo: uma revisão narrativa

O artigo destaca os potenciais benefícios da dieta cetogênica (DC) como uma abordagem inovadora e promissora no tratamento do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). A DC, ao reduzir drasticamente os carboidratos e aumentar a ingestão de gorduras, induz um estado metabólico de cetose, no qual corpos cetônicos se tornam a principal fonte de energia do cérebro. Esse mecanismo tem demonstrado benefícios significativos em condições neurológicas e psiquiátricas, especialmente em casos onde tratamentos convencionais são menos eficazes.

No contexto do TOC, a DC pode trazer melhorias notáveis por meio de vários mecanismos. Primeiramente, ela otimiza o metabolismo energético do cérebro, fornecendo uma fonte de energia mais eficiente do que a glicose. Estudos apontam que os corpos cetônicos produzem mais adenosina trifosfato (ATP) por unidade de energia, o que pode beneficiar áreas cerebrais cruciais envolvidas no TOC, como o córtex pré-frontal e o circuito córtico-estriado-tálamo-cortical. Isso contribui para uma melhora no controle inibitório e na capacidade de tomada de decisões.

Além disso, a dieta oferece propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, reduzindo o estresse oxidativo e combatendo a inflamação crônica frequentemente associada ao TOC. Esses efeitos podem ser fundamentais para corrigir disfunções mitocondriais, que têm um papel importante na fisiopatologia do transtorno. A DC também promove o equilíbrio neuroquímico, regulando neurotransmissores como o GABA e o glutamato, o que pode aliviar sintomas obsessivo-compulsivos e melhorar o funcionamento cognitivo.

Outro ponto positivo é a possibilidade de a DC ajudar a tratar condições metabólicas frequentemente associadas ao TOC, como resistência à insulina e síndrome metabólica. Estudos preliminares sugerem que a dieta pode reduzir marcadores de risco metabólico, como obesidade e hiperglicemia, contribuindo para uma melhora geral na saúde física e mental.

Embora mais estudos sejam necessários para confirmar esses benefícios em larga escala, as evidências iniciais são animadoras. A DC se destaca como uma abordagem terapêutica segura e eficaz, com potencial para transformar o manejo do TOC, especialmente em casos refratários. Seu impacto positivo em funções cerebrais e metabólicas a posiciona como uma ferramenta valiosa e promissora no avanço da psiquiatria metabólica, trazendo esperanças para pacientes que enfrentam desafios com os tratamentos tradicionais.

Fonte: https://bit.ly/4hqxLpi