Cortisol: Vilão ou Herói? O Que Pesquisas Sobre Dieta Cetogênica e Longevidade Nos Dizem


A forma como cientistas interpretam resultados frequentemente depende da expectativa de que o desfecho seja "bom" ou "ruim". Um exemplo interessante é o cortisol.

No contexto de dietas cetogênicas (baixas em carboidratos), níveis levemente elevados de cortisol são vistos como alarmantes. Um post recente no blog de L. Amber O’Hearn, em colaboração com Zooko, aborda por que o “sinal vermelho” que o Hospital Infantil de Boston deu às dietas low carb não é justificado.

Curiosamente, enquanto o aumento do cortisol é criticado na cetogênica, ele é celebrado em outro campo: a pesquisa sobre longevidade. Estudos repetidamente apontam que os efeitos benéficos da restrição calórica, como maior saúde e vida útil, são parcialmente atribuídos ao aumento moderado de cortisol, devido às suas propriedades anti-inflamatórias.

Diversos estudos mencionam isso:

  • Em 2007, um artigo no JAMA destacou que a restrição calórica em roedores eleva o cortisol, reduzindo inflamações sistêmicas.
  • Outro trabalho observou que os glucocorticoides, hormônios relacionados ao cortisol, têm papel anticarcinogênico, suprimindo a proliferação celular e promovendo a apoptose em células potencialmente cancerígenas.
  • Ainda, a restrição calórica crônica aumenta a produção endógena de cortisol, auxiliando na resolução de processos inflamatórios, como observado em vários modelos animais.

Essas interpretações contrastam com o "sinal vermelho" dado ao cortisol na cetogênica. A crítica sugere que níveis elevados de cortisol associados à dieta cetogênica podem ser prejudiciais, apesar de outros marcadores de saúde serem melhores. Já pesquisadores de longevidade assumem que, em organismos mais saudáveis, o aumento do cortisol reflete um processo benéfico, mesmo que paradoxal.

Essa divergência evidencia a necessidade de examinar suposições iniciais. Quando um grupo apresenta saúde superior em vários parâmetros, mas com cortisol elevado, a questão não deveria ser se isso é perigoso, mas como esse aumento pode estar associado a um processo positivo. Afinal, intervenções que elevam moderadamente o cortisol podem, como sugerem estudos sobre restrição calórica, indicar um efeito de prolongamento da vida.

Fonte: https://bit.ly/41WZqcS

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