Consumir uma dieta cetogênica mediterrânea modificada reverte a assinatura lipídica periférica da doença de Alzheimer em humanos
O estudo analisado explora os efeitos de uma dieta cetogênica mediterrânea modificada (DCMM) na reversão de alterações lipídicas associadas ao Alzheimer. Participaram 20 idosos, alguns com comprometimento cognitivo leve (MCI), que alternaram entre a DCMM e a dieta da American Heart Association (AHAD) por períodos de 6 semanas, com um intervalo de “washout” entre elas.
A DCMM é composta por 5-10% de carboidratos, 60-65% de gorduras e 30% de proteínas, priorizando fontes como azeite de oliva extra virgem, peixes, carnes magras, vegetais verdes, nozes e frutas vermelhas. A ingestão de carboidratos foi limitada a menos de 20 g/dia, com exclusão de alimentos industrializados e adoçantes artificiais. Já a AHAD, uma dieta de baixo teor de gordura, tem 55-65% de carboidratos, 15-20% de gorduras e 20-30% de proteínas, focando em frutas, vegetais e grãos integrais ricos em fibras. Ambas as dietas foram planejadas para serem calóricas neutras, mantendo o peso dos participantes estável.
Os resultados mostraram que a DCMM alterou significativamente o perfil lipídico no plasma. Lipídios como plasmalogênios, associados à saúde cerebral, aumentaram, enquanto lipídios ligados a disfunções metabólicas, como as deoxiceramidas, diminuíram. Essas mudanças foram opostas aos padrões encontrados em pacientes com Alzheimer, indicando uma reversão de sinais biológicos típicos da doença. Além disso, a dieta levou ao aumento de ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs), como ômega-3, e à redução de triglicerídeos prejudiciais, promovendo um perfil lipídico mais saudável.
Os benefícios foram mais evidentes em participantes com comprometimento cognitivo leve, sugerindo que a dieta pode normalizar alterações metabólicas iniciais da doença. A DCMM também foi associada a melhorias em biomarcadores cerebrais e em escores cognitivos, reforçando seu potencial como uma intervenção de baixo custo e risco para prevenir ou retardar o Alzheimer.
O estudo conclui que a DCMM não só proporciona benefícios metabólicos, mas também atua diretamente nos processos relacionados ao Alzheimer, sendo uma abordagem promissora tanto para prevenção quanto para tratamento precoce. Embora os resultados sejam robustos, pesquisas com amostras maiores são necessárias para confirmar essas descobertas.
Fonte: https://go.nature.com/40IyMDA
Nenhum comentário: