Associações da exposição a resíduos de pesticidas provenientes da ingestão de frutas e vegetais com reserva ovariana

O estudo revela preocupações significativas sobre os efeitos negativos da ingestão de frutas e vegetais (FV) com altos níveis de resíduos de pesticidas na saúde reprodutiva feminina. Realizado por uma equipe de pesquisadores, incluindo Maryam Kazemi e Jorge Chavarro, o estudo analisou 633 mulheres em idade reprodutiva que buscavam avaliação de fertilidade. Os resultados indicam que a exposição crônica a esses resíduos pode estar associada a uma reserva ovariana reduzida, um fator crítico para a fertilidade.

As mulheres que consumiram FV com altos níveis de resíduos apresentaram uma contagem de folículos antrais (CFA) significativamente menor. A CFA é um indicador importante da reserva ovariana, e sua redução pode impactar diretamente a capacidade reprodutiva. Além disso, entre aquelas sem histórico de tratamento para infertilidade, os níveis do hormônio folículo-estimulante (FSH) foram 71,6% mais altos nas que consumiram mais FV contaminados, sugerindo um estresse ovariano que pode comprometer a ovulação e a qualidade dos óvulos.

Os pesquisadores destacam que mais de 90% da população dos EUA possui resíduos de pesticidas detectáveis no corpo, sendo a dieta uma das principais fontes dessa exposição. Embora os reguladores considerem os níveis de resíduos abaixo dos limites toleráveis como seguros, este estudo sugere que mesmo essas quantidades podem ter efeitos adversos à saúde reprodutiva. A exposição crônica a pesticidas pode interferir na função endócrina ovariana e causar danos oxidativos nos ovários, afetando processos essenciais como a foliculogênese.

Além disso, o estudo reforça achados anteriores que associam o consumo elevado de FV contaminados com baixa qualidade do sêmen em homens e resultados negativos em tratamentos de infertilidade. Isso levanta questões sobre as implicações mais amplas da exposição a pesticidas na saúde reprodutiva, não apenas para as mulheres, mas também para os homens envolvidos em casais que buscam conceber.

Diante desses resultados alarmantes, os autores enfatizam a necessidade urgente de investigar mais profundamente os efeitos dos pesticidas na saúde reprodutiva e considerar alternativas alimentares mais seguras, como produtos orgânicos. A pesquisa destaca um potencial risco à saúde pública que merece atenção e ação por parte dos reguladores e consumidores.

Fonte: https://bit.ly/4gxBP78

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