Proposta de estrutura de pesquisa clínica para terapia metabólica cetogênica em glioblastoma
O glioblastoma (GBM) é o tumor cerebral primário mais agressivo em adultos, com prognóstico fatal mesmo com tratamentos padrão. Este estudo apresenta um protocolo de tratamento baseado nas necessidades metabólicas do GBM, focando nos dois principais combustíveis fermentáveis: glicose e glutamina. A glicose fornece energia e carbono para o crescimento tumoral através da glicólise, enquanto a glutamina é uma fonte de nitrogênio, carbono e energia por meio da glutaminólise.
A estratégia propõe atacar simultaneamente essas vias metabólicas essenciais, já que nenhum tumor cresce sem substratos anabólicos e energia. Para isso, é empregada a Terapia Metabólica Cetogênica (KMT), que combina dieta e medicamentos para inibir a glicólise, a glutaminólise e os sinais de crescimento tumoral, ao mesmo tempo em que direciona o metabolismo para a cetose terapêutica. O índice glicose-cetona (GKI) é usado como biomarcador para monitorar a adesão biológica em tempo real.
A KMT inclui dietas cetogênicas ajustadas pelo GKI, restrição calórica, jejum e inibidores metabólicos específicos, promovendo um ambiente tumoral menos favorável ao crescimento. Combustíveis não fermentáveis, como corpos cetônicos e ácidos graxos, são menos eficazes em sustentar a proliferação de células cancerígenas, o que reforça a eficácia da abordagem.
Embora promissora, a implementação da KMT enfrenta desafios éticos e práticos. Muitos médicos hesitam em adotar terapias emergentes devido à falta de familiaridade ou incertezas sobre riscos e benefícios. No entanto, para pacientes com GBM terminal, que têm poucas opções eficazes, essa abordagem pode ser uma alternativa viável. A pesquisa futura busca padronizar o uso da KMT em estudos clínicos, ajustando dosagens e protocolos para maximizar segurança e eficácia.
A proposta defende que pacientes sejam mais informados sobre suas opções, médicos tomem decisões baseadas em evidências, e pesquisadores explorem novas terapias. A KMT, fundamentada em uma visão mitocondrial do câncer, visa oferecer um tratamento flexível e modular, alinhado às vulnerabilidades metabólicas específicas das células tumorais.
Fonte: https://bit.ly/3OHC1V1
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