Efeitos da dieta cetogênica em parâmetros metabólicos e hormonais em pacientes com síndrome dos ovários policísticos: uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos


Um estudo recente explorou os efeitos da dieta cetogênica (DC) em mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP), analisando como essa abordagem pode impactar hormônios sexuais, glicemia e perfis lipídicos. A pesquisa incluiu uma revisão de 10 estudos, totalizando 408 participantes, e revelou que a DC pode trazer benefícios significativos para mulheres com SOP, mas com ressalvas importantes.

Resultados Principais:

  • Redução de gorduras no sangue: A dieta diminuiu significativamente os níveis de triglicerídeos, colesterol total e colesterol LDL ("ruim").
  • Melhor controle glicêmico: Houve redução da glicose em jejum e melhora na resistência à insulina (HOMA-IR).
  • Impacto hormonal: Os níveis de hormônio luteinizante (LH) e testosterona total caíram, enquanto o hormônio folículo-estimulante (FSH) aumentou, indicando potencial para melhorar o equilíbrio hormonal.


Por que funciona?

A DC limita o consumo de carboidratos a menos de 50g por dia, reduzindo a secreção de insulina e forçando o corpo a usar cetonas como fonte de energia. Isso melhora a sensibilidade à insulina, diminui a inflamação e pode corrigir desequilíbrios hormonais associados à SOP.

Limitações e desafios:

Apesar dos resultados promissores, o estudo apontou algumas limitações:

  • Alta heterogeneidade entre os estudos analisados, incluindo diferenças de duração e metodologia.
  • A maioria dos dados veio de populações específicas (como Itália, EUA e China), dificultando a generalização para outras regiões.
  • Efeitos de longo prazo ainda não são bem compreendidos, e há preocupações sobre a segurança da DC em populações específicas.


Conclusões:

A DC mostrou potencial para melhorar marcadores metabólicos e hormonais em mulheres com SOP, especialmente em períodos curtos (menos de 10 semanas). Contudo, o estudo recomenda cautela no uso dessa dieta, que deve ser supervisionada por profissionais de saúde. Para maximizar os benefícios e minimizar riscos, é essencial combinar a dieta com exercícios físicos e, possivelmente, outras abordagens alimentares, como a dieta mediterrânea. Pesquisas futuras devem investigar os impactos a longo prazo e a melhor duração da intervenção.

Fonte:  https://bit.ly/4f631bN

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