Primeiros hominídeos: caçadores, coletores ou necrófagos bem-sucedidos?
O estudo explora como os primeiros hominídeos, como o Homo erectus, se adaptaram para obter carne em ambientes de savana tropical, onde as condições secas e abertas dificultavam o acesso a recursos vegetais. A pesquisa utilizou um modelo de simulação baseado em agentes (Agent-Based Model - ABM) para entender as estratégias de caça e coleta desses hominídeos.
Os pesquisadores simularam diferentes cenários, considerando tanto a caça individual quanto a cooperativa, utilizando dados de caçadores-coletores modernos para configurar o modelo. As estratégias testadas incluíram caça persistente, interceptação (emboscada), uso de armadilhas e escavação de carcaças deixadas por predadores. O modelo também avaliou como essas estratégias variavam em eficiência dependendo do tamanho das presas, que incluíam desde pequenos mamíferos até megafauna (animais muito grandes, como elefantes).
Os resultados indicam que a caça cooperativa e a utilização de armadilhas foram estratégias mais eficientes para capturar presas maiores, aumentando a probabilidade de sucesso e a quantidade de carne obtida. Já a caça persistente, que envolve perseguir a presa até a exaustão, se mostrou menos eficiente, especialmente para presas maiores.
Além disso, o estudo sugere que a transição para uma dieta com maior consumo de carne pode ter sido um fator-chave para o desenvolvimento de ferramentas e a complexidade social, pois exigia cooperação e planejamento. O modelo utilizado permite ajustar as condições ambientais e as estratégias de caça, oferecendo insights sobre como os primeiros hominídeos poderiam ter sobrevivido e prosperado em diferentes cenários ecológicos.
Em resumo, a pesquisa destaca a importância de estratégias cooperativas e a capacidade de adaptação dos hominídeos para explorar recursos em ambientes desafiadores, sugerindo que esses comportamentos podem ter desempenhado um papel significativo na evolução humana.
Fonte: https://bit.ly/4eofOpE
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