Participação humana na grande guilda carnívora: sempre foi “com garras e dentes”?


O artigo explora a interação entre humanos e grandes carnívoros durante a evolução. A visão tradicional sugere que, quando os humanos começaram a caçar e consumir carne regularmente, isso os colocou em competição direta com predadores como leões e lobos. Porém, o estudo propõe uma perspectiva diferente, destacando que os seres humanos e os grandes carnívoros têm necessidades nutricionais distintas, o que poderia ter reduzido a competição direta entre eles.

Enquanto predadores como leões priorizam o consumo de carne magra, os humanos historicamente preferiam partes mais gordurosas, como a medula e o cérebro. Isso se deve a limitações metabólicas dos humanos, que não conseguem processar grandes quantidades de proteína sem efeitos adversos. Além disso, os humanos são diurnos, enquanto a maioria dos grandes predadores é noturna, o que minimizava o risco de encontros diretos.

O estudo também destaca a possibilidade de uma convivência mais tolerante entre humanos e carnívoros. Existem registros etno-históricos que sugerem que povos indígenas conviviam de maneira não agressiva com grandes predadores, aproveitando carcaças deixadas por eles e até colaborando indiretamente na localização de presas. Em alguns casos, esses predadores eram vistos como "aliados", ajudando na caça ao deixar restos de animais.

Essa perspectiva sugere que, em vez de enfrentamentos frequentes e violentos, poderia ter havido uma espécie de respeito mútuo e uma divisão de recursos baseada nas diferentes preferências alimentares. A presença de armas, a cooperação em grupo e o uso de fogo pelos humanos também teriam contribuído para reduzir os riscos e facilitar essa coexistência.

Em resumo, o artigo desafia a ideia de que nossos ancestrais viviam em constante conflito com predadores. Em vez disso, propõe que os humanos primitivos poderiam ter adotado uma estratégia de mutualismo, coexistindo de forma mais pacífica e explorando nichos alimentares complementares, o que pode ter sido fundamental para a sua sobrevivência e evolução.

Fonte: https://bit.ly/48MFElJ

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