O jejum é necessário para muitos dos benefícios da restrição calórica no modelo de camundongo 3xTg da doença de Alzheimer
O estudo analisou os efeitos da restrição calórica (RC) e do jejum na progressão da doença de Alzheimer (DA) em camundongos transgênicos (3xTg) com mutações humanas associadas à DA. Esses camundongos foram submetidos a diferentes dietas para distinguir os impactos do jejum e da redução calórica isoladamente.
Os resultados mostraram que apenas reduzir calorias sem jejum melhorou alguns parâmetros metabólicos, como tolerância à glicose e redução de placas de Aβ no cérebro de camundongos fêmeas. No entanto, o jejum prolongado entre as refeições foi essencial para a maioria dos benefícios da RC, incluindo melhor sensibilidade à insulina, redução da fosforilação da proteína tau (marcador de DA), diminuição da neuroinflamação e ativação de processos celulares de limpeza, como a autofagia. Esses processos ajudam a proteger contra a degeneração cerebral, essencial na DA.
A pesquisa também identificou diferenças sexuais nos efeitos da dieta: camundongos fêmeas apresentaram uma resposta mais intensa nas alterações metabólicas e na ativação de vias específicas ligadas ao metabolismo de aminoácidos e ao controle de energia. Além disso, as fêmeas mostraram maior redução de Aβ com a restrição calórica, enquanto os machos demonstraram benefícios principalmente na redução da fosforilação de tau.
Esses achados sugerem que a combinação de restrição calórica com jejum é mais eficaz para reduzir os sintomas e a progressão da DA do que apenas reduzir calorias. Isso indica o potencial do jejum ou de dietas que imitam o jejum para promover benefícios neurológicos sem a necessidade de reduzir significativamente a ingestão calórica, o que pode ser menos viável para muitas pessoas. A compreensão dos mecanismos envolvidos aponta para possíveis intervenções futuras que visem imitar os efeitos do jejum e da RC sem restringir a ingestão calórica de forma tão rigorosa.
Essa pesquisa destaca a importância do “quando” se come na influência sobre a DA, sugerindo que intervenções que promovam períodos de jejum poderiam ser benéficas para retardar o desenvolvimento da doença.
Fonte: https://bit.ly/4eiFuUv
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