Estratégias cetogênicas para a doença de Alzheimer e outras deficiências de memória: história, justificativa e relatos de 288 casos de cuidadores
O cérebro de pessoas com Alzheimer apresenta uma redução no uso de glicose como fonte de energia, algo que ocorre uma ou duas décadas antes dos sintomas aparecerem. Os corpos cetônicos, uma alternativa à glicose, podem ser absorvidos normalmente pelas áreas afetadas no cérebro com Alzheimer, ajudando a combater problemas comuns no envelhecimento, como resistência à insulina, falta de energia no cérebro, disfunção mitocondrial, estresse oxidativo e inflamação. Estudos em animais sugerem que os cetônicos podem até reduzir a formação de placas beta-amiloides e emaranhados neurofibrilares, marcas associadas ao Alzheimer.
Especialistas acreditam que ao menos 30% dos casos de Alzheimer e outras demências poderiam ser evitados com uma alimentação saudável, atividade física regular e outras mudanças no estilo de vida. A produção de cetose leve a moderada pode ser alcançada através de uma dieta cetogênica com alimentos integrais e poucos carboidratos, óleos cetogênicos (como os que contêm triglicerídeos de cadeia média, MCT), suplementos cetônicos e práticas como jejum intermitente e exercício aeróbico moderado.
Um estudo analisou 288 relatos de pessoas com Alzheimer, demências, Parkinson com demência e problemas leves de memória que usaram óleo de coco ou óleo MCT. Cerca de 89,2% relataram melhoras, 7,3% não perceberam mudanças e 2,4% notaram estabilização dos sintomas por pelo menos três meses. As melhorias mais comuns foram na memória e cognição (65,3%), comportamento e humor (32,6%), comunicação (33%), capacidade de autocuidado (24,7%), sintomas físicos (18,4%) e sono (3,5%).
Os ácidos graxos do óleo MCT e do óleo de coco, além de gerarem cetose, possuem efeitos biológicos adicionais, e substâncias presentes no óleo de coco virgem, como polifenóis, podem explicar esses benefícios. Adotar um plano cetogênico personalizado pode combater processos patológicos no cérebro envelhecido e possivelmente melhorar sintomas em pessoas com Alzheimer, além de prevenir ou atrasar o declínio cognitivo na velhice.
Apesar de poucos medicamentos aprovados pela FDA oferecerem melhora temporária, a cetose nutricional aborda várias alterações cerebrais associadas ao Alzheimer. Embora estudos com relatos pessoais sejam menos conclusivos que ensaios clínicos controlados, os resultados de mais de 280 pessoas com melhora na cognição e qualidade de vida incentivam novos estudos. O tratamento cetogênico, que é baseado em alimentos, mostrou poucos efeitos adversos, o que pode representar uma alternativa segura e promissora para apoiar pessoas com Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.
Fonte: https://bit.ly/3UCwPW6
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