A restrição proteica na dieta ao longo da vida induz desnervação e atrofia do músculo esquelético em camundongos

A pesquisa publicada investiga os impactos negativos da restrição proteica ao longo da vida em camundongos, com foco na saúde muscular e no sistema neuromuscular. A restrição contínua de proteínas demonstrou levar à denervação muscular e atrofia, contribuindo potencialmente para o desenvolvimento precoce de sarcopenia (perda de massa e função muscular relacionada à idade).

Os principais efeitos observados incluem:

1. Atrofia Muscular: A restrição proteica de longo prazo resultou em perda de massa muscular, com fibras musculares menores e sinais de regeneração inadequada, evidenciados pela presença de núcleos centralizados nos músculos.

2. Denervação e Desmielinização: Foi identificado um enfraquecimento nas conexões entre os nervos periféricos e os músculos (junções neuromusculares). Isso inclui redução da mielina nos nervos ciáticos e alterações na estrutura das junções neuromusculares, prejudicando a sinalização nervosa essencial para o funcionamento muscular.

3. Aumento da Atividade Proteassomal: A degradação de proteínas via sistema proteassomal foi intensificada, especialmente pela via 26S, associada à ativação de genes ligados à atrofia muscular, como atrogin-1 e MuRF1. Esse desequilíbrio sugere uma regulação deficiente da homeostase proteica.

4. Alterações Metabólicas: Apesar da restrição proteica não ter causado alterações significativas nos marcadores de estresse oxidativo ou na dinâmica mitocondrial, foi observada uma acumulação de grânulos de glicogênio ao redor das mitocôndrias, indicando possíveis impactos metabólicos.

5. Impactos Limitados da Restrição Lactacional: Quando a restrição ocorreu apenas durante a lactação, e os camundongos foram alimentados com uma dieta normal posteriormente, não foram observados efeitos negativos prolongados, destacando a importância do contexto e da duração da restrição.

Estes resultados sublinham os riscos de uma dieta cronicamente pobre em proteínas, especialmente em populações vulneráveis ou idosas, para quem a manutenção da saúde muscular é crítica. A pesquisa também ressalta a complexidade do papel das proteínas na dieta, com implicações para intervenções nutricionais voltadas para prevenir a sarcopenia e outros declínios relacionados à idade.

Fonte: https://bit.ly/4eW8Wjf