O microbioma intestinal sem nenhum alimento vegetal?
O estudo analisou a microbiota intestinal de um indivíduo saudável que seguiu uma dieta exclusivamente carnívora por quatro anos, comparando-a com três grupos de controle de pessoas que consumiam diferentes quantidades de carne. A dieta carnívora, baseada exclusivamente em alimentos de origem animal, foi alvo de um estudo piloto para entender seu impacto na composição e funcionalidade da microbiota intestinal.
A análise foi feita através de amostras de fezes do participante, um homem de 32 anos, que consumia predominantemente carne magra, ovos e queijos duros, sem ingerir vegetais, frutas ou grãos. A microbiota intestinal do indivíduo foi dominada pelas bactérias do filo Firmicutes e gêneros como Faecalibacterium, Blautia e Roseburia, conhecidos por degradar fibras, embora o sujeito não consumisse fibras vegetais. Surpreendentemente, a diversidade microbiana (alfa e beta-diversidade) e a capacidade funcional de sua microbiota não diferiram significativamente dos grupos de controle, que incluíam pessoas que consumiam carne regularmente.
A composição de sua microbiota foi mais distinta em comparação ao grupo que consumia carne diariamente, o que sugere que a dieta carnívora tem um impacto peculiar na flora intestinal. Não foram encontradas evidências de danos à saúde, mas o estudo levantou questões sobre a presença de bactérias potencialmente patogênicas, como Escherichia e Salmonella, em maior quantidade na microbiota do participante.
A pesquisa concluiu que é possível manter uma microbiota intestinal funcional e relativamente diversa com uma dieta exclusivamente carnívora, embora mais estudos sejam necessários para entender os efeitos de longo prazo e a influência da ausência de fibras vegetais. Este foi o primeiro estudo a relatar a composição da microbiota intestinal de uma pessoa que segue a dieta carnívora por um longo período, e sugere que as interações entre dieta e microbiota são mais complexas do que se esperava.
A limitação do estudo é o fato de se basear em apenas um participante, não permitindo generalizações.
Fonte: https://bit.ly/4f9qCct
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