Dieta cetogênica de muito baixas calorias melhora a função renal em paciente obeso com doença renal policística

Intervenções no estilo de vida que promovem a perda de peso podem ajudar a retardar a progressão da doença renal poliquística, pois reduzem o tecido adiposo visceral e a inflamação no corpo. Um paciente específico passou por um programa de perda de peso que combinou restrição calórica e uma dieta cetogênica, resultando em uma rápida perda de peso e diminuição significativa da gordura abdominal.

Um estudo relatou que 64% dos pacientes com doença renal poliquística que seguiram a dieta cetogênica notaram melhora na função renal, relacionada aos níveis de β-hidroxibutirato (BHB) no sangue. Outro estudo, o KETOADPKD, mostrou que a dieta cetogênica pode reduzir o volume dos rins e melhorar a taxa de filtração glomerular em pacientes com essa condição.

No caso do paciente em questão, a combinação da dieta cetogênica com restrição calórica não apenas reduziu o volume renal, mas também melhorou a taxa de filtração glomerular desde a quarta semana de acompanhamento. Essa melhoria foi mantida mesmo após o paciente retornar a uma alimentação convencional. Observou-se também uma redução no tamanho dos cistos renais e um aumento no tecido saudável do rim.

Embora um estudo tenha encontrado que não houve mudanças no volume dos rins após 14 dias de dieta cetogênica, o paciente deste caso apresentou uma redução do volume renal, possivelmente devido ao período mais longo em cetose (12 semanas). Embora tenha ocorrido um leve aumento no volume renal ao longo do tratamento, os rins não retornaram aos tamanhos iniciais.

Estudos em animais sugerem que a perda de fluido cístico pode estar relacionada à morte celular e à interrupção da barreira epitelial dos cistos, resultando no drenagem do fluido. O paciente também apresentou episódios leves de hemorragia urinária durante o tratamento, que desapareceram rapidamente, possivelmente relacionados a essa drenagem.

Após um ano e quatro meses de tratamento, os níveis de creatinina e a taxa de filtração glomerular, bem como o peso e outros parâmetros de saúde, permaneceram normais. Embora haja indícios de recuperação da função renal, ainda não é possível afirmar que a doença foi revertida. O paciente continua em acompanhamento regular e não apresenta obesidade.

Embora este caso tenha limitações, como a falta de alguns dados clínicos e por se tratar de um único paciente, os resultados sugerem que a combinação de restrição calórica e dieta cetogênica pode ser uma terapia viável e segura para pacientes obesos com doença renal poliquística, oferecendo benefícios tanto na perda de peso quanto na melhora da função renal.

Fonte: https://bit.ly/4eprU2D