Transição dietética de alimentos de origem animal para alimentos de origem vegetal: há riscos para a saúde?


Destaques


  • Há uma pressão considerável sobre os consumidores para que comam menos alimentos de origem animal.
  • Esses alimentos contêm proteínas de maior qualidade e mais nutrientes essenciais do que as plantas.
  • A simples troca de proteína animal pelas plantas proporcionará menor ingestão de nutrientes essenciais.
  • Os adolescentes do Reino Unido já apresentam baixa ingestão de nutrientes fornecidos por alimentos de origem animal.
  • É provável que isto leve a um aumento do risco de ossos mais fracos mais tarde na vida.


Resumo

Os alimentos de origem animal, como peixes, ovos, leite e carnes brancas, geralmente têm efeitos neutros ou benéficos para a saúde cardiometabólica. No entanto, ainda há muito a ser aprendido sobre os mecanismos e os impactos relativos desses alimentos. 

A maioria dos alimentos de origem animal fornece proteínas de alta qualidade e são ricos em vários micronutrientes importantes com alta biodisponibilidade, que precisam ser considerados ao substituir proteínas. Embora muitos estudos indiquem benefícios para a saúde associados a dietas vegetarianas e veganas, esses benefícios podem ser menores ao comparar vegetarianos/veganos com não vegetarianos conscientes da saúde e do estilo de vida. Além disso, algumas dietas vegetarianas/veganas podem não ser benéficas para a saúde devido à natureza ultraprocessada de muitos substitutos de carne e laticínios, além do consumo de bebidas adoçadas.

Conclusões gerais

Os alimentos de origem animal variam consideravelmente em composição nutricional, mas a maioria é densa em nutrientes, fornece proteínas de alta qualidade e oferece uma variedade de nutrientes que as plantas não conseguem fornecer, como a vitamina B12. Alguns também têm funcionalidades benéficas além do fornecimento de nutrientes tradicionais. Eles variam em seu impacto crônico na saúde, o que precisa ser considerado ao planejar a transição para alimentos de origem vegetal. A simples substituição de proteínas inevitavelmente levará a uma redução na qualidade da proteína e no fornecimento de nutrientes essenciais.

Embora questões ambientais exijam alguma transição dietética, isso deve ser feito com planejamento cuidadoso, baseado em considerações nutricionais e de saúde, além de métricas ambientais tradicionais. Parece lógico substituir inicialmente os alimentos de origem animal que oferecem menos benefícios ou maiores riscos à saúde e têm alto impacto ambiental. A carne processada se encaixa nessas características e deve ser o alvo inicial para substituição por alimentos vegetais ricos em proteínas e fibras alimentares de alta qualidade, que faltam em muitas dietas.

No entanto, há necessidade urgente de pesquisas para definir melhor os riscos à saúde associados a diversos produtos de carne processada. É importante tomar cuidado para que dietas vegetarianas e veganas não levem a déficits nutricionais e problemas de saúde, especialmente baixa resistência óssea. Nem todos os alimentos à base de plantas são saudáveis, e alguns produtos manufaturados ultraprocessados carecem de nutrientes essenciais.

A transição dietética dependerá do estado nutricional inicial, e isso é preocupante para adolescentes do sexo feminino e mulheres em idade fértil no Reino Unido, que já consomem níveis muito baixos de alguns nutrientes essenciais fornecidos pelos alimentos de origem animal. Por outro lado, a substituição da proteína da carne processada por alimentos vegetais com fibras de alta qualidade traria benefícios substanciais à saúde.

É crucial aumentar a conscientização pública e fornecer orientações para evitar grandes problemas de saúde no futuro, avaliando todos esses aspectos juntos e definindo modelos dietéticos ótimos conforme a população-alvo e os riscos específicos.

Fonte: https://bit.ly/3Yer1Va

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