Investigando a eficácia de uma dieta oloproteica sem carboidratos no tratamento da fibromialgia


A fibromialgia (FM), doença crônica com alta incidência em mulheres, representa um desafio significativo para diagnóstico e tratamento, especialmente pela ausência de biomarcadores específicos e pela natureza multifacetada de seus sintomas, que vão desde dores neuromusculares até distúrbios de humor e distúrbios intestinais, como a disbiose. Embora o diagnóstico atualmente dependa de avaliações clínicas reumatológicas e as opções de tratamento se concentrem principalmente no manejo dos sintomas, a FM parece ter possíveis ligações com disfunções metabólicas sistêmicas com uma raiz inflamatória comum. Neste contexto, surge uma nova via terapêutica: poderá uma abordagem nutricional terapêutica ser a peça que falta no puzzle? Na verdade, as dietoterapias utilizadas particularmente para síndromes metabólicas provaram recentemente ser eficazes na correção do dismetabolismo sistêmico e de um elevado número de condições de inflamação crônica. Em particular, a dieta cetogênica de muito baixas calorias (very-low-calorie ketogenic diet VLCKD) demonstrou benefícios terapêuticos em muitos distúrbios. No presente estudo, o objetivo foi investigar os efeitos específicos de duas intervenções dietéticas, nomeadamente a dieta oloproteica VLCKD e a dieta insulinêmica de baixo índice glicêmico (LOGI), em dois grupos de pacientes femininas com FM (FM1 e FM2) durante um período de 45 dias. Utilizando testes clínicos e laboratoriais, bem como análises metabolômicas não invasivas por RMN de amostras de soro, urina e saliva, procuraram descobrir como esses regimes dietéticos impactam as disfunções metabólicas associadas à FM.

Realizamos um estudo envolvendo 45 pacientes do sexo feminino com fibromialgia (FM) que foram submetidas a diferentes intervenções nutricionais durante 45 dias. As pacientes com FM1 seguiram a dieta oloproteica, caracterizada pela ingestão mínima de carboidratos, com quantidades de proteínas e lipídios adaptadas ao IMC individual. Em contraste, as pacientes com FM2 aderiram à dieta LOGI, que contém níveis moderados de carboidratos de baixo índice glicêmico. As avaliações clínicas revelaram melhorias nos sintomas de FM com ambas as dietas, embora tenham sido observados efeitos mais pronunciados com a dieta oloproteica. Correspondendo às melhorias dos sintomas, notamos mudanças distintas nos perfis metabolômicos da análise de RMN. Curiosamente, embora o impacto do LOGI tenha sido predominantemente no metabolismo energético, as alterações metabolômicas induzidas pelo tratamento oloproteico tiveram um efeito mais sistêmico, envolvendo vias metabólicas possivelmente relacionadas à disfunção da fibromialgia. Embora esses achados exijam validação em estudos futuros, eles sugerem preliminarmente que o protocolo de dieta oloproteica poderia servir como um tratamento eficaz para a redução significativa dos sintomas da FM. Em contraste, a dieta LOGI pode ser útil para sustentar os benefícios alcançados com a dieta oloproteica ao longo do tempo.

Fonte: https://bit.ly/4bPh5F8

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