Dietas à base de plantas versus padrão alimentar mediterrâneo e seus determinantes sociodemográficos: influência na saúde e nos hábitos de vida

Antecedentes: As dietas à base de vegetais estão a tornar-se cada vez mais difundidas entre a população espanhola, substituindo progressivamente o padrão alimentar mediterrânico. Diferentes estudos mostraram as motivações para a adesão a essas dietas, e outros destacaram algumas vantagens e desvantagens para a saúde.

Objetivo do estudo: Mais estudos são necessários para definir os determinantes sociodemográficos que influenciam a escolha de uma dieta baseada em vegetais e para estudar a relação que a escolha do padrão alimentar tem com a saúde e os hábitos de vida da população.

Métodos: Foi realizado um estudo descritivo e transversal na população espanhola. O questionário NutSo-HH, desenvolvido e validado pela equipe de pesquisa, foi utilizado para coletar informações sociodemográficas, nutricionais, sociais e de estilo de vida por meio de amostragem não probabilística em bola de neve.

Resultados: O questionário foi preenchido por 22.181 cidadãos espanhóis, dos quais apenas 19.211 foram de interesse para o estudo. As variáveis sociodemográficas género, idade, nível de escolaridade, nível de rendimento e local de residência não parecem influenciar a prevalência de uma dieta baseada em vegetais (n = 1638) em comparação com uma dieta mediterrânica (n = 17.573). Pessoas que seguem uma dieta vegetariana ou vegana têm IMC mais baixo e consomem menos frituras, fast food e pratos ultraprocessados e menos bebidas energéticas ou açucaradas. Elas também fazem mais exercícios e dormem mais horas, fumam menos e consomem álcool com menos frequência. No entanto, parece haver mais distúrbios alimentares diagnosticados entre pessoas que seguem uma dieta baseada em vegetais do que entre aquelas que seguem uma dieta mediterrânea.

Conclusões: Pessoas que adotam uma dieta baseada em vegetais tendem a apresentar padrões de estilo de vida mais saudáveis e a consumir menos alimentos prejudiciais à saúde. No entanto, é essencial que tais escolhas alimentares sejam supervisionadas por profissionais de saúde para mitigar o risco de comportamentos desadaptativos evoluirem para distúrbios alimentares.

Fonte: https://bit.ly/3WJO0qy