Análogos de carne à base de plantas e seus efeitos na saúde cardiometabólica: um ensaio clínico randomizado e controlado de 8 semanas

Com a crescente popularidade dos análogos de carne à base de plantas (plant-based meat analogs PBMAs), justifica-se uma investigação dos seus efeitos na saúde numa população asiática.

Objetivos: Esta pesquisa investigou o impacto do consumo de uma dieta de carne onívora à base de animais (animal-based meat diet ABMD) em comparação com uma dieta de PBMAs (PBMD) na saúde cardiometabólica entre adultos com risco elevado de diabetes em Cingapura.

Métodos: Em um ensaio clínico randomizado e controlado de 8 semanas, os participantes (n = 89) foram instruídos a substituir alimentos habituais ricos em proteínas por quantidades fixas de PBMAs (n = 44) ou suas correspondentes carnes de origem animal (n = 45; 2,5). porções/d), mantendo a ingestão de outros componentes da dieta. O colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL) serviu como desfecho primário, enquanto os desfechos secundários incluíram outros fatores de risco relacionados a doenças cardiometabólicas (por exemplo, glicose e frutosamina), dados dietéticos e, dentro de uma subpopulação, medições ambulatoriais de pressão arterial (n = 40) no início do estudo e pós-intervenção, bem como um monitor contínuo de glicose de 14 dias (resultados relacionados à homeostase da glicose; n = 37).

Resultados: Dados de 82 participantes (ABMD: 42 e PBMD: 40) foram examinados. Usando o modelo linear de efeitos mistos, houve efeitos de interação significativos (tempo x tratamento) para gordura trans dietética (aumentada no ABMD), fibra alimentar, sódio e potássio (todos aumentados no PBMD; interação P <0,001). Não houve efeitos significativos no perfil lipídico-lipoproteico, incluindo o colesterol LDL. A pressão arterial diastólica (PAD) foi menor no grupo PBMD (interação P = 0,041), embora a queda noturna da PAD tenha aumentado acentuadamente no ABMD (+3,2% da média) e tenha sido reduzida no PBMD (-2,6%; interação P = 0,017).). A frutosamina (tempo P = 0,035) e a avaliação do modelo homeostático para a função das células β melhoraram na semana 8 (tempo P = 0,006) em ambos os grupos. A homeostase glicêmica foi melhor regulada nos grupos ABMD do que nos grupos PBMD, conforme evidenciado pelo tempo de glicose intersticial dentro da faixa (mediana ABMD: 94,1% (Q1:87,2%, Q3:96,7%); PBMD: 86,5% (81,7%, 89,4%); P = 0,041). A intervenção não teve efeito significativo sobre os outros resultados examinados.

Conclusões: Uma dieta PBMA de 8 semanas não mostrou benefícios generalizados para a saúde cardiometabólica em comparação com uma dieta correspondente à base de carne. A qualidade nutricional é um fator chave a ser considerado para os PBMAs da próxima geração.

Em conclusão, apesar do surgimento dos PBMAs como fonte de alimentos proteicos alternativos no sistema alimentar global, os resultados do presente estudo não comprovam benefícios superiores para a saúde cardiometabólica dos PBMDs em comparação com uma dieta onívora composta por carnes de origem animal. A incorporação dietética de PBMAs, em particular, pode influenciar a ingestão nutricional e potencialmente comprometer o controle glicêmico. Isto sugere que as suposições sobre os benefícios para a saúde decorrentes do consumo de um PBMD podem não ser diretamente extrapoladas para aqueles que consomem um PBD. 

Fonte: https://bit.ly/44DRtbZ