Sucralose: Do Sucesso Doce às Controvérsias Metabólicas – Desvendando as Implicações para a Saúde Global de um Adoçante Artificial Não Calórico Difundido
A Sucralose é um aditivo alimentar inicialmente utilizado para atenuar picos glicêmicos e ingestão calórica em pacientes com diabetes e obesidade. Embora a sucralose tenha sido considerada segura para consumo humano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta global em 2023 sobre as potenciais implicações para a saúde deste adoçante artificial. Esta revisão tem como objetivo explorar de forma abrangente os efeitos da ingestão de sucralose na saúde humana, compreendendo a absorção, o metabolismo e a excreção da sucralose. Também delinearam o papel do receptor 3 do sabor doce 1 (T1R3) na mediação das vias de sinalização dependentes da sucralose que regulam a saciedade, a liberação de incretinas e a resposta à insulina. Finalmente, discutiram o impacto da sucralose na disbiose do microbioma, na origem da resposta inflamatória, nos danos hepáticos e na toxicidade. Obter uma compreensão mais profunda dos múltiplos efeitos da sucralose na fisiologia humana ajudará a promover mais estudos para garantir que o seu consumo seja considerado seguro para uma população mais ampla, incluindo crianças, adolescentes e mulheres grávidas.
O consumo de sucralose, um adoçante artificial comumente utilizado, está associado a vários efeitos adversos à saúde. Apesar de ser considerado seguro na sequência de estudos anteriores, pesquisas recentes sugerem possíveis ligações com inflamação sistémica, doenças metabólicas, perturbações na microbiota intestinal, danos no fígado e efeitos tóxicos a nível celular.
Figura 2. No SNC, relata-se que a sucralose interfere potencialmente no eixo apetite-saciedade, ao mesmo tempo que aumenta a expressão do neuropeptídeo Y e ΔFosB. No pâncreas, a sucralose está implicada na elevação dos níveis de insulina – mediada pelo receptor T1R3 – e no aumento da secreção de incretina. Estudos envolvendo modelos animais e humanos sugerem que o consumo de sucralose perturba a microbiota intestinal. Além disso, no fígado, a sucralose está associada a uma regulação positiva da via lipogênica via FAS e do receptor T1R3. No tecido adiposo, regula negativamente os níveis de Glut 4, aumenta as ERO e ativa a via inflamatória do NF-κB. Abreviaturas: T1R3, receptor gustativo tipo 1 membro 3; CCK, colecistocinina; GIP, polipeptídeo inibitório gástrico; GLP1, peptídeo 1 semelhante ao glucagon; MMP-2, metaloproteinase de matriz-2; iNOS, sintases do óxido nítrico; FAS, ácido graxo sintase; ROS, espécies reativas de oxigênio; NF-κB, fator nuclear potenciador da cadeia leve kappa de células B ativadas; SNC, sistema nervoso central.
É fundamental destacar a persistência da sucralose no organismo, a sua capacidade de atravessar a placenta e a sua presença no leite materno, levantando preocupações sobre a exposição pré-natal e neonatal. Além disso, é enfatizada a variabilidade da absorção e do metabolismo da sucralose em diferentes grupos populacionais, incluindo crianças e adultos. A presente revisão fornece evidências dos efeitos metabólicos e microbiológicos associados ao consumo de sucralose. Essas descobertas devem ser consideradas na formulação de políticas públicas em relação ao composto. No entanto, os dados apresentados apresentam algumas limitações que precisam ser levadas em consideração. Em primeiro lugar, a maioria dos estudos foi realizada em modelos animais. Em segundo lugar, os estudos clínicos têm desenhos, tamanhos de amostra e populações heterogêneos, o que exclui a possibilidade de tirar conclusões gerais. Portanto, mais estudos são necessários para estabelecer a segurança e eficácia da sucralose.
A interação da sucralose com os receptores de sabor doce (T1R2/T1R3) e os seus efeitos na sinalização celular, bem como o seu impacto na saciedade e na regulação metabólica, são aspectos-chave que requerem uma compreensão mais profunda. Este artigo consolida evidências de que o consumo de sucralose pode afetar a microbiota intestinal, desencadear respostas inflamatórias e potencialmente contribuir para o desenvolvimento de doenças metabólicas, como a resistência à insulina.
Esta revisão também destaca a potencial toxicidade da sucralose, especialmente quando exposta a altas temperaturas durante os processos de cozimento, e sua presença em produtos além do domínio alimentar, como líquidos para cigarros eletrônicos.
A revisão sublinha a necessidade de reconsiderar a segurança e o impacto a longo prazo do consumo de sucralose, desafiando alegações anteriores sobre a sua segurança. Oferece uma visão abrangente dos riscos potenciais associados a este adoçante artificial, que poderia ter implicações significativas para a saúde pública e a formulação de políticas alimentares.
Fonte: https://bit.ly/48BR5v3
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