Vegetarianismo e transtornos alimentares: a experiência subjetiva de profissionais de saúde
O vegetarianismo está crescendo dramaticamente entre adolescentes e jovens adultos. Profissionais especializados em transtornos alimentares (TA) podem enfrentar rotineiramente pacientes aderindo a essas práticas vegetarianas populares. Este é o primeiro estudo qualitativo que explora as percepções dos profissionais desafiados pelas práticas vegetarianas de pacientes com TAs. O vegetarianismo abrange um grupo heterogêneo de hábitos alimentares, tornando-se cada vez mais popular entre adolescentes e adultos jovens com TAs, particularmente pacientes com anorexia nervosa (AN). Os profissionais de saúde, nomeadamente os dietistas e nutricionistas, enfrentam cada vez mais esta questão na sua prática diária, embora não tenham sido formados para apoiar esta crescente categoria de pacientes. A formação teórica para profissionais especializados em TA poderia incluir comportamentos alimentares vegetarianos e o uso de ferramentas específicas. Numa abordagem interdisciplinar, delinear os padrões alimentares subjacentes à noção mutável de “vegetarianismo”, determinar o seu significado para os pacientes no seu contexto de estilo de vida individual e explorar as suas ligações complexas com distúrbios alimentares e sintomas psicológicos individuais parece essencial para todas as etapas do tratamento, desde o diagnóstico inicial até a recuperação. Estas avaliações e reflexões poderiam ir além de meras abordagens dietéticas ou nutricionais e ser partilhadas com toda a equipe multidisciplinar para permitir um quadro consistente para todos os membros da equipe. Para os profissionais que trabalham em uma unidade médica especializada, a decisão e a forma de apoiar os pacientes na sua prática vegetariana poderiam contribuir para a construção de protocolos institucionais. O objetivo é combater preconceitos cognitivos negativos e potenciais considerações ideológicas idiossincráticas, particularmente no complexo trabalho de cuidar de pacientes com TAs altamente graves ou de início precoce. É urgentemente necessário estabelecer uma discussão de peritos nacionais e orientações específicas sobre estas questões.
Fonte: https://bit.ly/3tvbHXs
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