Dieta pobre em carboidratos como intervenção nutricional em transtorno depressivo maior: foco na prevenção de recaídas


Objetivos:
Os transtornos de humor tendem a estar entre as principais causas de anos vividos com incapacidade. Apesar das múltiplas opções de tratamento, cerca de 30% dos pacientes com transtorno depressivo maior (TDM) desenvolvem depressão resistente ao tratamento (DRT) e não respondem às terapias farmacológicas atuais. Este estudo teve como objetivo explorar os potenciais benefícios das estratégias de tratamento nutricional, juntamente com seus mecanismos moleculares de ação, focando especialmente na dieta pobre em carboidratos (LCHD), dieta cetogênica (KD) e outras estratégias baseadas na redução da ingestão de carboidratos.

Métodos: Foi realizada uma revisão abrangente da literatura para determinar o impacto da LCHD no alívio dos sintomas depressivos em pacientes com TDM, juntamente com uma explicação do seu modo de ação.

Resultados: O estudo revelou impacto significativo de intervenções nutricionais baseadas na restrição na ingestão de carboidratos, como LCHD, KD ou exclusão de bebidas açucaradas (sugar-sweetened beverages SSB), na redução de sintomas de ansiedade ou depressão, melhora do humor e menor risco de comprometimento cognitivo ou depressão. A eficácia destas abordagens é ainda substanciada pelos seus mecanismos moleculares subjacentes, principalmente o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), que é um potencial alvo chave das dietas de restrição de açúcar em termos de neuroplasticidade.

Discussão: Os profissionais de saúde podem considerar a implementação de estratégias de dietas pobres em carboidratos para pacientes com TDM e DRT para modificar o processo da doença, manter a eutimia e prevenir recaídas de episódios depressivos. Desde a exclusão de bebidas açucaradas até à adesão a regimes rigorosos de baixo carboidrato, estas abordagens nutricionais são seguras, fáceis de implementar e podem conferir benefícios para o bem-estar e prevenção de recaídas nesta população específica de pacientes.

Fonte: https://bit.ly/3Ue1U2K

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