Sensibilidade ao glúten subjacente a sintomas e sinais resistentes de "refluxo laringofaríngeo"

O refluxo laringofaríngeo (RLF) é uma das condições mais comuns encontradas na otorrinolaringologia. A sensibilidade ao glúten pode imitar os sinais e sintomas do RLF ou atuar como um cofator agravante do RLF. A sensibilidade ao glúten e a intolerância alimentar também têm sido implicadas como condições que podem estar associadas especificamente a sintomas e sinais de RLF resistentes ao tratamento médico tradicional. O manejo médico do RLF pode ser insuficiente para controlar os sintomas e sinais laríngeos de refluxo, constituindo RLF resistente. A eliminação do glúten da dieta pode proporcionar alívio sintomático aos pacientes com sensibilidade ao glúten e RLF que não é controlada adequadamente pelos regimes atuais. O objetivo do estudo foi investigar a relação entre sensibilidade ao glúten e RLF. O objetivo foi avaliar a melhora do escore de detecção de refluxo (EDR) após a eliminação do glúten da dieta em pacientes com RLF resistente que tiveram exames de sangue positivos associados à sensibilidade ao glúten. A melhora dos sintomas também foi avaliada após a eliminação do glúten na dieta. Por último, pretenderam identificar preditores para uma resposta positiva a uma dieta sem glúten.

Métodos: Foram incluídos pacientes adultos submetidos a testes de sensibilidade ao glúten para sintomas e/ou sinais de RLF resistentes ao tratamento. Os pacientes com ≥1 teste positivo foram aconselhados a iniciar um ensaio terapêutico com uma dieta sem glúten. Indivíduos que optaram por não testar uma dieta sem glúten ou que testaram negativo para marcadores de sensibilidade ao glúten serviram como controle. EDR foi o desfecho primário.

Resultados: Cento e noventa e sete pacientes foram incluídos; 81 experimentaram uma dieta sem glúten. Os indivíduos que experimentaram a dieta sem glúten foram significativamente mais propensos a demonstrar melhora objetiva na EDR (77,14% vs 43,88%) e relatar melhora subjetiva (55,41% vs 25,77%) do que aqueles que não o fizeram. A EDR diminuiu significativamente em relação ao valor basal nos exames de acompanhamento com intervalo de 1-3, 3-6, 6-12 e >12 meses em indivíduos que experimentaram uma dieta sem glúten. A comparação entre indivíduos que testaram a dieta sem glúten, testaram positivo para um marcador de sensibilidade ao glúten, mas não testaram a dieta sem glúten, e indivíduos que foram negativos para todos os marcadores de sensibilidade ao glúten, revelou que uma dieta sem glúten estava associada a um efeito significativo. maior melhoria percentual na EDR em comparação com os controles em 1-3, 6-12 e> 12 meses.

Conclusão: A sensibilidade ao glúten pode imitar ou agravar o RLF. Uma dieta sem glúten deve ser considerada para pacientes com RLF resistente, especialmente se forem identificadas anormalidades nos exames de sangue que sugiram sensibilidade ao glúten. A dieta deve ser mantida por um período mínimo de três meses para demonstrar melhora objetiva usando EDR.

Fonte: https://bit.ly/3LKoMlC