Glifosato potencializa a resistência à insulina no músculo esquelético

Os herbicidas têm sido associados a um maior risco de desenvolver diabetes. Certos herbicidas também operam como toxinas ambientais. O glifosato é um herbicida popular e extremamente eficaz para o controle de ervas daninhas em culturas de grãos que inibe a via do chiquimato. Foi demonstrado que influencia negativamente a função endócrina. Poucos estudos demonstraram que a exposição ao glifosato resulta em hiperglicemia e resistência à insulina; mas o mecanismo molecular subjacente ao potencial diabetogênico do glifosato no músculo esquelético, um órgão primário que inclui a eliminação de glicose mediada pela insulina, é desconhecido. Neste estudo, objetivaram avaliar o impacto do glifosato nas alterações prejudiciais na sinalização metabólica da insulina no músculo gastrocnêmio. Os resultados in vivo mostraram que a exposição ao glifosato causou hiperglicemia, dislipidemia, aumento da hemoglobina glicosilada (HbA1c), função hepática, perfil da função renal e marcadores de estresse oxidativo de forma dose-dependente. Por outro lado, a hemoglobina e as enzimas antioxidantes foram significativamente reduzidas em animais induzidos com glifosato, indicando que sua toxicidade está ligada à indução de resistência à insulina. A histopatologia do músculo gastrocnêmio e a análise por RT-PCR das moléculas sinalizadoras de insulina revelaram alteração induzida pelo glifosato na expressão de IR, IRS-1, PI3K, Akt, β-arrestina-2 e GLUT4 mRNA. Por fim, as simulações de docking molecular e dinâmica confirmaram que o glifosato mostrou uma alta afinidade de ligação com moléculas alvo como Akt, IRS-1, c-Src, β-arrestina-2, PI3K e GLUT4. O trabalho atual fornece prova experimental de que a exposição ao glifosato tem um efeito deletério nas vias de sinalização IRS-1/PI3K/Akt, que por sua vez faz com que o músculo esquelético se torne resistente à insulina e eventualmente desenvolva diabetes mellitus tipo 2.

Fonte: https://bit.ly/3IucoVg