Por que a carne é importante para o crescimento das crianças.

por Susana Bramante,

As proteínas, vitaminas e minerais da carne fazem dela o alimento mais adequado para o crescimento físico e cognitivo ideal das crianças.

A nutrição em crianças é muito importante para cobrir as altas necessidades relacionadas ao crescimento. Especialmente os três primeiros anos de vida são críticos para o desenvolvimento físico e mental. Neste contexto, por exemplo, as proteínas desempenham um papel fundamental no crescimento ósseo e muscular, no desenvolvimento cerebral, na síntese hormonal e nas defesas imunitárias.

As proteínas animais, como as proteínas da carne, são as melhores para fornecer às crianças todos os aminoácidos essenciais de que precisam. Como a lisina, que é essencial para o crescimento. Uma porção de 80 gramas de carne pode fornecer cerca de 16 gramas de proteína facilmente digerível e assimilável, auxiliando na cobertura das necessidades de forma simples e eficiente. Foi demonstrado que uma dieta pobre em proteína animal, inferior à necessidade diária de proteína, que é de cerca de 15 g/dia em crianças de 3 a 5 anos, reduz seu “desempenho cognitivo”, avaliado de acordo com o “escore” de Terman-Merrill ( Scrimshaw, 1998 ).

Além das proteínas de alta qualidade, a carne também fornece vitaminas e minerais essenciais, facilmente assimiláveis ​​pelo organismo, que os vegetais sozinhos não podem garantir. Isso porque alguns nutrientes das plantas ficam “presos” em uma matriz de fibras e fatores antinutricionais que dificultam sua absorção e aproveitamento. É por isso que a carne é o alimento ideal para obter facilmente muitos nutrientes essenciais com uma biodisponibilidade única (a capacidade do nosso corpo de absorver nutrientes). Estes incluem ferro heme, zinco, vitamina B12, cálcio, vitamina D, ômega 3 EPA-DHA de cadeia longa, creatina e taurina.

FERRO HEME

A carne, especialmente a carne vermelha de vaca, vitela, porco e borrego, é uma excelente fonte de ferro heme, que é mais facilmente absorvido e utilizado pelo nosso organismo do que o ferro não heme, que provém principalmente dos vegetais. Se você tivesse que cobrir suas necessidades diárias de ferro apenas com espinafre cru, você teria que comer 25 kg por dia. O ferro é essencial para o bom funcionamento de todos os órgãos, incluindo o cérebro. O ferro heme serve para a constituição da hemoglobina, para o transporte de oxigênio, aumenta a resistência a infecções e permite a respiração das células. Seus níveis sanguíneos também têm sido associados ao desempenho escolar e habilidades aritméticas, memória, atenção e níveis de concentração. Sua deficiência causa anemia e redução do desenvolvimento neurocognitivo em crianças.

ZINCO

Como todos os minerais da carne, o zinco é mais facilmente absorvido do que o contido nos vegetais e é essencial para o cérebro, com importantes funções estruturais e funcionais. É um cofator para mais de 200 enzimas que regulam diferentes atividades metabólicas do corpo, incluindo a síntese de proteínas, DNA e RNA. Desempenha um papel importante na neurogénese, nomeadamente na maturação e migração de neurónios e na formação de sinapses. É, portanto, necessário para o crescimento, aprendizado e memória, cicatrização de feridas, sensibilidade do paladar e do olfato, fortalecimento do sistema imunológico e combate às infecções.

VITAMINA B12

A carne contém vitaminas do complexo B, e a vitamina B12 é particularmente importante, pois está ausente nas plantas e só pode ser encontrada na carne e em alimentos de origem animal. Por isso, quem segue uma alimentação exclusivamente vegetal terá obrigatoriamente de tomar suplementos desta vitamina essencial. Este desempenha várias funções: na formação de glóbulos vermelhos, na função nervosa, na transformação de energia e no desenvolvimento neurocognitivo das crianças. Muitos casos recentes de crianças desmamadas apenas com vegetais e sem carne relataram sérias deficiências nutricionais, incluindo a de vitamina B12. Isso causou repercussões e danos permanentes ao desenvolvimento neuromotor, com dificuldade para sentar, hipotonia muscular, apatia, crescimento reduzido, desmielinização das células nervosas e atrasos no desenvolvimento mental e da fala ao longo da vida.

CÁLCIO E VITAMINA D

O importante estudo EPIC-Oxford mostra que a carne também é uma fonte de vitamina D, especialmente na forma mais útil fisiologicamente, vitamina D3 e calcitriol. Nas plantas, como nos cogumelos irradiados com raios ultravioleta, existe a vitamina D2, de menor interesse biológico. Componentes específicos das proteínas da carne aumentam o uso de vitamina D em humanos, mesmo quando a exposição ao sol não é possível. Nas crianças veganas, o retorno do raquitismo é dramático, condição patológica erradicada nas últimas décadas graças à nutrição adequada permitida por um maior bem-estar e retornada devido às dietas sem carne impostas às crianças. Esta doença leva ao enfraquecimento e deformação dos ossos, dificultando a mineralização e o crescimento robusto do esqueleto.

CADEIA LONGA OMEGA 3 EPA-DHA

Juntamente com a vitamina B12, colina, ácido fólico, ferro, iodo e zinco, os ômega 3 de cadeia longa EPA e DHA são nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento neurocognitivo e cerebral da criança. Estes também são encontrados em carnes e produtos de origem animal, especialmente peixes oleosos. O ômega 3 nas plantas é de cadeia curta e não tem as mesmas funções biológicas do EPA e DHA, que são “essenciais” porque a conversão de cadeia curta para cadeia longa em nosso organismo é ineficiente e inferior a 5%.

CREATINA E TAURINA

Como o nome sugere (do grego kréas kréatos 'carne'), a creatina é encontrada apenas na carne e no peixe, enquanto a taurina também está no leite, no peito e na vaca, e nos ovos e peixes. Ambos são necessários para o desenvolvimento de recém-nascidos e crianças. Baixos níveis dessas duas substâncias inevitavelmente levam à desnutrição, depressão, fraqueza, fadiga, danos nos nervos, piora do desempenho escolar, redução da capacidade de memória, aprendizado e QI e graves distúrbios somáticos e cognitivos do crescimento.

A importância da carne e dos produtos de origem animal para o crescimento infantil é especialmente evidente nos países em desenvolvimento, onde esses alimentos de alto valor nutricional infelizmente não estão disponíveis devido à pobreza. Nesses países, as crianças são alimentadas quase que exclusivamente com cereais, verduras, frutas e leguminosas, causando desnutrição e atraso no crescimento, com crianças de 8 anos com a mesma constituição de crianças de 4 anos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os alimentos de origem animal são as melhores fontes para atender plenamente às necessidades nutricionais de crianças de 6 a 23 meses. Mesmo as empresas de nutrição pediátrica de maior autoridade na Itália, SIPPS-SIMP-FIMP-SIMA, reconheceram a inadequação de dietas à base de plantas na infância, a menos que um exame médico rigoroso e o uso de suplementos e alimentos fortificados.

Fonte: https://bit.ly/3iUmkgW