Dietas ricas em proteínas e testosterona.

A meta-análise de Whittaker e Harris (2022) descobriu que, enquanto dietas com baixo teor de carboidratos > 3,4 g/kg/dia de proteína diminuíram a Testosterona Total (TT), dietas com baixo teor de carboidratos < 3,4 g/kg/dia de proteína não tiveram efeito consistente na TT. Um reexame dos estudos relevantes dentro da meta-análise e da literatura mais ampla indica que dietas > 3,4 g/kg/dia de proteína diminuem a TT, mas dietas < 3,4 g/kg/dia não; e que esse efeito é impulsionado pela ingestão de proteínas, em vez de carboidratos ou gorduras. A diminuição observada na TT em dietas > 3,4 g/kg/dia de proteína pode ser parte da resposta hormonal para regular o ciclo da ureia, limitando assim os efeitos adversos da hiperamonemia. A falta de definição em torno do termo “dieta rica em proteínas” e a ausência de contexto ao discutir os resultados levaram à confusão em torno da questão da ingestão de proteínas e testosterona. Para esclarecer, apenas dietas muito ricas em proteínas (> 3,4 g/kg/dia) mostram uma diminuição consistente na TT, dietas ricas e moderadas em proteínas (1,25–3,4 g/kg/dia) não. Para colocar isso em contexto, a ingestão de proteína da população em geral é de ∼1,3 g/kg/dia, as 'dietas hiperproteicas' convencionais raramente ultrapassam ∼3 g/kg/dia, e a grande maioria dos atletas é < 3,4 g/kg/ dia (Fulgoni, 2008; Jenner et al., 2019). Os efeitos de 2,5-3,4 g/kg/dia de proteína na testosterona são menos claros, e pesquisas futuras devem ter como objetivo elucidá-los. Além disso, como o exercício aumenta as necessidades de proteína, pode reduzir qualquer efeito negativo de > 2,5 g/kg/dia de proteína na testosterona e deve ser explorado. Diferentes fontes de proteína podem ter efeitos diferenciais na TT, portanto, pesquisas futuras também podem examinar os efeitos de plantas versus animais e alimentos integrais versus proteína em pó. Por fim, é importante elucidar se os efeitos adversos sobre a TT de dietas >3,4 g/kg/dia de proteína continuam a longo prazo (> 2 semanas).

Fonte: https://bit.ly/3DpcVED