A frequência do consumo de peixes pequenos está associada à melhoria do ferro e da hemoglobina em crianças pequenas do Malawi.


Objetivos: Avaliar se o consumo de peixe e carne durante 6 meses estava associado com ferritina plasmática, receptor solúvel de transferrina (sTfR), hemoglobina (Hb), deficiência de ferro (DF) e anemia em uma população de crianças jovens do Malawi com alta (> 50%) prevalência de anemia ferropriva.

Métodos: Esta análise de dados secundários inclui 585 bebês malauianos, com idades entre 6 e 9 meses, de um teste de alimentação de ovos de 6 meses. Na inscrição e no acompanhamento de 6 meses, foram realizados recordatórios alimentares de 24 horas e coletas de sangue. Dias com qualquer peixe pequeno, peixe grande ou consumo de carne foram relatados semanalmente em questionários de frequência alimentar de 7 dias. A % de dias com consumo de alimentos cárneos foi totalizada para cada criança. A ferritina plasmática, sTfR e Hb foram avaliadas para associações com a % de dias com peixes pequenos, peixes grandes e ingestão de carne usando regressão linear. As razões de prevalência (RP) de DF (ferritina < 12µg/L ou sTfR > 8,3 mg/L) e anemia (Hb < 11g/dL) foram comparadas para cada categoria de alimentos cárneos usando log binomial ou regressão de Poisson modificada.

Resultados: O % de crianças com ingestão observada de peixe pequeno (4%), peixe grande (1%) e carne (2%) de recordatórios de 24 horas na inscrição aumentou para 40%, 12% e 9%, respectivamente, no o acompanhamento de 6 meses. Ao longo de 6 meses, as crianças consumiram em média peixe pequeno, peixe grande e carne em 25%, 8% e 6% dos dias, respectivamente. A ingestão mais frequente de peixes pequenos foi associada a maior Hb [razão geométrica média (IC 95%) por 10 pontos percentuais de diferença: 1,01 g/dL (1,00, 1,01)] e menor sTfR [0,98 mg/L (0,96, 1,00)] mas não foi associado à concentração de ferritina [1,03 µg/L (0,99, 1,07)]; nem foi associado à prevalência de DF [RP (IC 95%)): 0,99 (0,97, 1,01)] ou anemia [0,94 (0,88, 1,01)]. O consumo mais frequente de peixes grandes foi associado a uma maior prevalência de anemia [1,09 por 10 pontos percentuais de diferença na frequência (1,00, 1. 18)], mas não foi associado a DF [0,96 (0,92, 1,00)]. O consumo de carne foi predominantemente de frango e não se associou a índices de ferro ou anemia.

Conclusões: Os peixes pequenos são um dos principais contribuintes para a ingestão total de alimentos cárneos de crianças pequenas do Malawi e podem proporcionar melhorias modestas no estado de ferro e hemoglobina. Carnes e peixes grandes foram consumidos com pouca frequência e não associados à DF.

Fonte: https://bit.ly/3AoAuwX

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