A compulsão por açúcar e gordura tem diferenças notáveis ​​no comportamento viciante.


Evidência neuroquímica de dependência de açúcar

As evidências sugerem que a compulsão por açúcar pode produzir comportamentos semelhantes aos observados em ratos dependentes de drogas. Alterações neuroquímicas concomitantes podem resultar ou perpetuar esses comportamentos. Esses sinais estão resumidos na Tabela 1.

TABELA 1

Sinais de dependência observados em ratos compulsivos de açúcar 1

SinalResultadoReferência
Sinais comportamentais   
    Tolerância Escalada da ingestão de açúcar ao longo do tempo 1555 
    Sensibilização Grandes refeições de açúcar na forma de farras 151655 
    Retirada semelhante a opiáceos Ansiedade, indicações somáticas 2341 
 Diminuição da temperatura corporal 45 
    Efeito de privação Aumentar a ingestão de açúcar após um período de abstinência 42 
    Incubação de resposta Aumento temporal na resposta a pistas associadas ao açúcar 47 
    Sensibilização cruzada Sensibilização locomotora à anfetamina 43 
 Sensibilização locomotora à cocaína 48 
 Sensibilização consumatória ao álcool 44 
Sinais neuroquímicos   
    Neurotransmissor   
        Dopamina Liberação repetida no NAc 5572 
 Aumento da ligação do receptor  1 no NAc15 
 Diminuição da ligação do receptor  2 no corpo estriado15 
 Diminuição da ligação do receptor  D 2 no NAc59 
 Diminuição do mRNA do receptor  2 no NAc53 
 Diminuição do mRNA do receptor  D 3 no STR e NAc53 
 Aumento de DAT no NAc e VTA 12 
 Aumento do mRNA de DAT no VTA 12 
 Aumento da rotatividade de DA no NAc 60 
        Acetilcolina Atraso na subida do NAc 55 
 Sem aumento no NAc quando a alimentação simulada 72 
        Opióides Responder à naloxona com sinais de abstinência de opiáceos 41 
 Aumento da ligação do receptor μ-opióide no NAc, cingulado, hipocampo e locus coeruleus 15 
 Diminuição da expressão do gene da encefalina no NAc 53 
1

Adaptado com permissão de Avena et al. 71 ). STR, estriado; DAT, transportador de dopamina; VTA, área tegmental ventral.

Por que os sinais de abstinência de opiáceos surgem com o açúcar, mas não com a compulsão de gordura?

A relativa falta de sinais de abstinência semelhantes aos opiáceos após o consumo excessivo de gordura ressalta a importância dos sistemas opioides na diferenciação de açúcares e gorduras e seus efeitos subsequentes no comportamento. O neuropeptídeo galanina (GAL) e seus locais de ligação são expressos em áreas cerebrais importantes para a recompensa de drogas e alimentos. GAL é considerado um peptídeo estimulado por gordura porque sua expressão é aumentada nessas regiões do cérebro em resposta a uma refeição rica em gordura. Além disso, a injeção hipotalâmica de GAL promove a ingestão de gordura em detrimento do carboidrato em algumas situações. Curiosamente, a injeção periférica de galnon, um agonista sintético de GAL, diminui os sinais de abstinência de opiáceos em camundongos dependentes de morfina. Uma única injeção sistêmica de galnon em camundongos GAL-knockout é suficiente para reverter algumas das alterações bioquímicas provocadas pela administração de morfina. Assim, GAL pode ser um regulador negativo endógeno da recompensa de opiáceos, atenuando alguns dos efeitos comportamentais e neuroquímicos dos opiáceos. Com base nesses dados, é possível que a falta de sinais de abstinência semelhantes a opiáceos em ratos com compulsão de gordura possa ser causada pela ativação de GAL endógena induzida por gordura, que pode inibir os efeitos opioides relevantes.

Fonte: https://bit.ly/3a2RTRv

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