Nova meta-análise para o consumo de carne vermelha e processada não relatou ASSOCIAÇÃO com mortalidade por doença cardiovascular.
Objetivos: O objetivo deste estudo foi examinar as associações de carne vermelha não processada e consumo de carne processada com incidência e mortalidade de doenças cardiovasculares (DCV) e a relação dose-resposta.
Métodos: A literatura publicada foi recuperada por meio de uma busca estruturada em 10 bases de dados eletrônicas: MEDLINE/PubMed, Scopus, SciELO, LILACS, ScienceDirect, Web of Science, Cochrane (CENTRAL), WHOLIS, OPAS e Embase, sem restrições de idioma ou ano de publicação. Além disso, buscaram as referências de estudos publicados. Esta revisão sistemática foi realizada de acordo com os itens de relatório preferidos para revisões sistemáticas e meta-análises: a declaração PRISMA.
Resultados: Vinte e um estudos de coorte prospectivos foram incluídos na revisão sistemática. As DCV avaliadas nos estudos inseridos foram acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca (IC) e doença coronariana (DAC). Considerando a heterogeneidade encontrada nos estudos, para a metanálise foram incluídos 9 artigos. Os resultados apresentados na meta-análise da associação do consumo de carne vermelha não processada e DCV indicaram que houve associação significativa com a incidência total de AVC (RR 1,10; 95%; IC 1,01 a 1,19; p = 0,02). Não houve associação com a incidência de AVC isquêmico, nem mortalidade por DAC com o consumo de carne vermelha não processada. No entanto, para Mortalidade por AVC Hemorrágico a avaliação do consumo de carne vermelha não processada mostrou associação de proteção para as mulheres (RR 0,64; 95%; IC 0,45 a 0,91; p = 0,01). Quanto aos resultados da metanálise da associação entre consumo de carnes processadas e DCV, indicaram que houve associação significativa com a incidência total de AVC (RR 1,17; 95%; IC 1,08 a 1,26; p < 0,0001). Não houve associação com AVC isquêmico, nem com mortalidade por DAC com consumo de carne processada. Alguns estudos que não mostraram associação de risco, apresentaram uma tendência linear significativa dose-resposta para a associação do consumo de carne vermelha não processada (Bernstein et al. 2010; Nagao et al. 2012) ou carne processada (Bernstein et al. 2012) e DCV.
Conclusão: De acordo com os resultados encontrados na metanálise, o consumo de carne vermelha não processada e carne processada estão associados à incidência de AVC, porém, não foi observada associação positiva em relação à mortalidade por DCV. Este protocolo de revisão sistemática e meta-análise foi registrado no PROSPERO (número: CRD42019100914).
Fonte: https://bit.ly/3907mki
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