VLCKD: um estudo de segurança em tempo real na obesidade.

A Dieta Cetogênica Muito Baixa em Calorias (Very Low-Calorie Ketogenic Diet VLCKD) é atualmente uma abordagem promissora para o tratamento da obesidade. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos colaterais, pois a maioria dos estudos que os relatam foram realizados em indivíduos com peso normal seguindo a dieta cetogênica para outros fins que não a obesidade. Assim, os objetivos do estudo foram: (1) investigar a segurança do VLCKD em indivíduos com obesidade; (2) se os efeitos colaterais relacionados ao VLCKD pudessem ter impacto em sua eficácia.

Métodos: Neste estudo prospectivo foram incluídos consecutivamente 106 indivíduos com obesidade (12 homens e 94 mulheres, IMC 34,98 ± 5,43 kg/m 2 ) submetidos a VLCKD. Em todos os indivíduos, registraram efeitos colaterais no final da fase cetogênica e avaliaram os parâmetros antropométricos na linha de base e no final da fase cetogênica. Em um subgrupo de 25 indivíduos, também avaliamos parâmetros bioquímicos.

Resultados: Não ocorreram efeitos colaterais graves em nossa população e os que ocorreram foram clinicamente leves e não levaram à descontinuação do protocolo alimentar, pois poderiam ser facilmente gerenciados por profissionais de saúde ou muitas vezes resolvidos espontaneamente. Nove (8,5%) indivíduos interromperam o VLCKD antes do término do protocolo pelos seguintes motivos: 2 (1,9%) por palatabilidade e 7 (6,1%) por custos excessivos. Por fim, não houve diferenças em termos de porcentagem de perda de peso (13,5 ± 10,9% vs 18,2 ± 8,9%; p = 0,318) em indivíduos que desenvolveram efeitos colaterais e indivíduos que não desenvolveram efeitos colaterais.

Conclusão: Esse estudo demonstrou que uma VLCKD é uma ferramenta terapêutica promissora, segura e eficaz para pessoas com obesidade. Apesar das dúvidas comuns, os efeitos colaterais são leves, transitórios e podem ser prevenidos e controlados aderindo às indicações e contraindicações adequadas para VLCKD, seguindo protocolos bem organizados e padronizados e realizando monitoramento clínico e laboratorial adequado.

Fonte: https://bit.ly/3rqNyw9