Modulação da microbiota intestinal como um possível mecanismo mediador para o alívio induzido pelo jejum de complicações metabólicas: uma revisão sistemática.

Foi relatado que o jejum intermitente tem efeitos positivos sobre a obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão e várias doenças neurodegenerativas por meio de diferentes mecanismos, como alteração na microbiota intestinal. Esta revisão sistemática foi realizada com o objetivo de fornecer uma visão geral da literatura animal e humana existente sobre as alterações da microbiota intestinal em vários regimes de jejum.

Método: Uma busca sistemática da literatura foi realizada nas bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science até maio de 2021 para encontrar todos os estudos relevantes que examinaram a alteração da microbiota intestinal durante o jejum. Pesquisas originais em modelos animais ou pacientes humanos foram incluídas neste estudo.

Resultados: A pesquisa resultou em 3.072 documentos, dos quais 31 estudos (20 estudos em animais e 11 em humanos) foram incluídos. Após o jejum, a abundância de várias bactérias benéficas, incluindo Lactobacillus e Bifidobacterium mudou significativamente. Além disso, alguns táxons, incluindo Odoribacter que se associam negativamente com a pressão arterial, floresceram durante o jejum. O jejum do Ramadã, como uma espécie de jejum intermitente, melhora os parâmetros de saúde por meio de mudanças positivas na microbiota intestinal, incluindo a regulação positiva de A. muciniphila, B. fragilis, Bacteroides e Lachnospiraceae produtoras de ácido butírico.

Conclusão: As descobertas sugerem que diferentes regimes de jejum, incluindo jejum em dias alternados, programas de jejum com restrição calórica e de tempo e jejum no Ramadã, podem promover a saúde, talvez por meio da modulação do microbioma intestinal. No entanto, mais estudos são necessários para explorar adequadamente a conexão entre a microbiota intestinal e a frequência e o horário das refeições.

Fonte: https://bit.ly/3F2zj6e