Hábitos Atômicos: Um Método Fácil e Comprovado de Criar Bons Hábitos e Se Livrar dos Maus.

Por Guilherme,

Um dos temas de desenvolvimento pessoal que mais me fascinam é, sem dúvidas, o tema dos hábitos. Afinal de contas, criar padrões positivos de comportamentos, reforçá-los diariamente, e praticá-los com intenção deliberada, faz com que consigamos melhorar nossas vidas em muitos aspectos, sendo útil para muitos de nossos objetivos de vida, desde os mais prosaicos, como dormir melhor, perder (ou ganhar) peso, e parar de assistir televisão, até os mais, digamos, “difíceis”, como ser aprovado no vestibular, conseguir um emprego após um exaustivo teste seletivo, conquistar a independência financeira ou criar filhos de maneira sustentável.

As 4 leis dos hábitos

Resumidamente, esse livro propõe 4 leis para que você consiga formar e manter hábitos bons, e eliminar hábitos ruins.

A primeira lei é a da clareza, ou seja, você deve ser específico na criação de um novo hábito.

Por exemplo, criar um hábito como “ler mais” é uma causa válida, mas esse objetivo não fornece instruções sobre como e quando agir.

Portanto, você deve ser mais claro, estabelecendo, digamos, a seguinte meta: “depois de jantar, lerei”.

Quanto mais restrita a vinculação de seu novo hábito for a uma sugestão específica, melhores serão as chances de perceber a hora de agir.

A segunda lei é a da atração, isto é, você deve torná-lo desejável, associando-o, por exemplo, a recompensas, pois é isso que nos motiva a agir.

Se você quiser assistir a uma série no Netflix, mas precisa se exercitar, você pode condicionar-se a acompanhar os capítulos só após o seu treino, como uma forma de recompensa.

A terceira lei tem a ver com a execução do hábito propriamente dito. Ou seja, você deve torná-lo fácil.

A formação do hábito é o processo pelo qual um comportamento se torna progressivamente mais automático através da repetição.

O negócio todo é compreender que você precisa começar com pequenos passos, e não querendo abraçar o mundo de uma só vez.

Por exemplo, se sua meta for a de voltar ao hábito da leitura, não queira começar lendo um livro por semana. Você não vai conseguir.

O ideal é começar por pequenos blocos, a menor unidade possível de fazer algo cujo custo seja tão irrisório que seja quase impossível não cumpri-lo.

Por exemplo: leia uma página por dia. Isso mesmo. Uma página. Se uma página mesmo assim for muito, então comece lendo um parágrafo por dia. E, no outro dia, mais um parágrafo. E, no terceiro dia, mais um parágrafo – ou dois parágrafos.

Isso vai fortalecendo seus músculos cerebrais, de forma que se torna irresistível você não conseguir cumprir aquela pequena meta.

Finalmente, a quarta lei tem a ver com tornar o hábito satisfatório.

E isso por um motivo bastante simples: não é o resultado final que importa tanto – na verdade, ele importa sim, claro, mas menos do que você imagina. O mais importante é que a jornada que você constrói ao longo do tempo seja boa, agradável e que faça valer a pena o tempo e a energia gastas na construção do hábito.

Em resumo: é o sistema de formação de hábitos que você deve focar, e não a meta.

Você acha que os jogadores de basquete ficam o tempo todo olhando o placar pra ver se estão ganhando ou perdendo? Claro que não! É o jogo em si que importa, os lances, a defesa, o ataque, as jogadas, os pontos acumulados ou aqueles que você consegue obstruir do seu oponente. É o sistema, ou seja, o processo, que importa mais.

Constatação curiosa: muitos dos resultados que queremos através da formação de hábitos são resultados tardios. Eles demoram para aparecer.

Não ache que você vai conseguir alcançar a independência financeira depois de um mês poupando e investindo. Não ache que 3 idas pra academia durante uma semana serão suficientes para eliminar seu sedentarismo. Não se iluda achando que duas semanas de estudo serão suficientes para lograr aprovação naquele vestibular ou concurso público.

Os resultados, os melhores resultados, oriundos de sistemas de hábitos fortalecidos e bem praticados, demoram muito para serem produzidos. São resultados tardios.

Essa foi a primeira constatação interessante e super curiosa do livro. E se, você parar para pensar, faz todo o sentido. Veja tudo o que você conquistou ao longo de sua vida, como resultado de hábitos positivos.

Se você parar para analisar bem, mas bem mesmo, boa parte de suas grandes conquistas, sejam elas profissionais, sejam elas pessoais, foram frutos de resultados tardios.

Então, não se preocupe, nem se desestimule, caso não logre de imediato os resultados que você quer conquistar.

E aqui vem o segundo ponto muito interessante do livro: você deve focar mais no seu sistema de hábitos, e não nas metas em si. Trabalhe com afinco e analise sempre se o seu sistema de hábitos está condizente com seus objetivos e suas metas.

É neles que você deve focar seus esforços, pois é com eles que você terá que conviver no dia a dia. Os resultados normalmente aparecem mais pra frente, sendo vivenciados em delimitados e precisos momentos temporais recortados lá no futuro. Mas, no dia a dia, quem vai comandar suas ações são seus sistemas. Aja para que eles estejam alinhados aos seus propósitos e objetivos.

Conectado a esses dois fatores (resultados tardios e foco no sistema), vem outro fator citado no livro e que vale a pena ser destacado aqui: na verdade, os hábitos que se formam de maneira mais duradoura e fortalecida em você são aqueles que resultam na sua mudança de identidade, e não tanto aqueles focados em apenas metas e objetivos.

Por exemplo, parar de fumar pode ser uma meta nobre e factível, mas quando você define “deixar de ser fumante” como objetivo principal, é a sua identidade que você pretende modificar como resultado de seus novos hábitos.

E esses últimos são mais duradouros, pois nos hábitos baseados unicamente em resultados, o foco é o que você obtém (parar de fumar). Nos hábitos baseados em identidade, o foco é completamente outro: é quem você deseja se tornar. A mudança, nesse último caso, é construída de dentro (identidade) para fora (resultados), e não de fora para dentro.

Conclusão

Se você pretende estabelecer novos padrões de comportamento, acrescentar novas rotinas, modificar algum ponto de sua vida que acha que está desalinhado com aquilo que você pretende se tornar, esse livro tem muito a oferecer para você.

Mesmo que você já tenha lido o clássico livro O Poder do Hábito, de Charles Duhigg, ou outros livros sobre a formação de hábitos, o livro do James Clear acrescenta novos insights e novas perspectivas que nos fazem repensar e refletir sobre até mesmo conceitos que já conhecemos relativamente bem, como a ideia de construir blocos de comportamento que sejam factíveis para tornar um hábito duradouro.

Fecho essa resenha com um comentário da amiga Rosana, citando um pensamento de nada mais nada menos do que Mahatma Gandhi, que, com toda sua inteligência, presenteou a Humanidade com mais uma frase cheia de sabedoria:

Pensamentos transformam-se em palavras.
Palavras transformam-se em atitudes.
Atitudes transformam-se em hábitos.
Hábitos transformam-se em valores.
Valores transformam-se no destino.

Fonte: http://bit.ly/3sqAd5R

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