Efeito adjuvante da dieta pobre em carboidratos nos desfechos de pacientes com glioblastoma recorrente sob terapia com álcool perílico intranasal.
O padrão de cuidado para o glioblastoma (GB), composto por quimioterapia citotóxica, corticoide e radiação em altas doses, induz alterações no microambiente tumoral por meio de seus efeitos na disponibilidade de glicose, que é determinante para a progressão tumoral (TP). A dieta pobre em carboidratos (Low-carbohydrate diet LCD) reduz os níveis de glicose necessários para impulsionar o efeito Warburg.
Métodos: Para investigar o efeito da LCD na terapia de GB, iniciaram um ensaio clínico usando LCD como uma adição ao álcool perílico intranasal (POH) para pacientes com GB recorrente (rGB). Este estudo envolveu 29 indivíduos e avaliou, ao longo de um período de 1 ano, o efeito adjuvante da LCD associada à terapia POH em termos de toxicidade, extensão do edema peritumoral, redução do uso de corticosteroides, frequência de convulsões e sobrevida global. O grupo POH (n = 14) recebeu POH intranasal sem regime alimentar específico, enquanto o grupo POH / LCD (n = 15) recebeu POH intranasal em combinação com intervenção nutricional. A avaliação dos pacientes foi baseada em análises clínicas e dados de ressonância magnética.
Resultados: No seguimento de 1 ano, o grupo POH / LCD apresentou redução de 4,4 vezes na proporção de pacientes que necessitaram de tratamento com corticosteroides, bem como redução do tamanho do tumor e edema peritumoral, quando comparado ao POH grupo. Enquanto 75% dos pacientes submetidos ao tratamento POH tiveram convulsões, esta fração foi reduzida para 56% no grupo POH / LCD. Um aumento de 2,07 vezes na proporção de pacientes com doença estável, juntamente com uma diminuição de 2,8 vezes na proporção de pacientes com TP, foi observado no grupo POH / LCD.
Conclusão: Os resultados apresentados neste estudo mostram que uma dieta pobre em carboidratos associado à terapia POH intranasal pode representar uma opção viável como terapia adjuvante para glioblastoma recorrente para melhorar a sobrevida sem comprometer a qualidade de vida dos pacientes. Estudos de coorte prospectivos são necessários para confirmar esses achados e validar a eficácia dessa nova estratégia terapêutica.
Fonte: https://bit.ly/3kLNnWF
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