Efeitos de produtos lácteos gordurosos e fermentados na doença cardiometabólica
As atuais recomendações alimentares para limitar o consumo de gordura saturada são amplamente baseadas em estudos nutricionais iniciais, demonstrando uma ligação direta entre a gordura saturada da dieta, níveis elevados de colesterol no sangue e aumento do risco de doença cardiovascular.
Como os laticínios integrais são ricos em gordura saturada, essas diretrizes alimentares recomendam o consumo de laticínios sem gordura ou com pouca gordura no lugar dos laticínios integrais. No entanto, os produtos lácteos variam muito tanto em seu conteúdo de nutrientes quanto em seus ingredientes bioativos, e as pesquisas destacam cada vez mais a importância de se concentrar em alimentos integrais (ou seja, a matriz alimentar) em oposição a nutrientes únicos, como gordura saturada.
Contudo, o peso das evidências de estudos grandes e bem controlados recentes, revisões sistemáticas e meta-análises de estudos observacionais e de ensaios clínicos randomizados indica que produtos lácteos com alto teor de gordura, principalmente iogurte e queijo, não exercem efeitos prejudiciais na sensibilidade à insulina, perfil lipídico sanguíneo e pressão arterial, como previsto anteriormente com base no seu teor de sódio e gordura saturada; eles não aumentam o risco de doença cardiometabólica e podem de fato proteger contra doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.
Embora sejam necessárias mais pesquisas para ajustar possíveis fatores de confusão e entender melhor os mecanismos de ação dos produtos lácteos nos resultados de saúde, fica cada vez mais claro que a recomendação para restringir a gordura saturada na dieta para reduzir o risco de doença cardiometabólica está ficando desatualizada.
Portanto, a sugestão de restringir ou eliminar os laticínios integrais da dieta pode não ser a estratégia ideal para reduzir o risco de doença cardiometabólica e deve ser reavaliada à luz de evidências recentes.
Fonte: http://bit.ly/2kPuM2X
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