Uma avaliação parasitológica de insetos comestíveis e seu papel na transmissão de doenças parasitárias para humanos e animais


O estudo avaliou a presença de parasitas em insetos comestíveis e seu papel na transmissão de doenças para humanos e animais. Desde 2018, a União Europeia regulamenta o consumo de insetos como parte dos “novos alimentos”, incluindo espécies como larvas de tenébrio (Tenebrio molitor), grilos domésticos (Acheta domesticus), baratas (Blattodea) e gafanhotos migratórios (Locusta migrans). Apesar de serem uma fonte nutricional promissora, esses insetos podem representar um risco biológico devido à contaminação parasitária.

A pesquisa analisou insetos de 300 fazendas e lojas de animais na Europa Central. Os resultados foram alarmantes: 81,33% dos locais analisados continham parasitas. Destes, 68,67% eram prejudiciais apenas para os insetos, mas 35,33% podiam infectar animais e 30,33% eram potencialmente patogênicos para humanos. As infecções foram mais frequentes em insetos oriundos de fazendas que compravam novos lotes de diferentes fornecedores, em criações com condições higiênicas precárias ou quando os insetos eram alimentados com restos de comida e resíduos de cozinha.

Entre os parasitas identificados estavam Nosema spp., Cryptosporidium spp., Gregarine spp., Isospora spp. e Balantidium spp.. Também foram detectados vermes, como Pharyngodon spp., Physaloptera spp. e cisticercoides de tênias (Hymenolepis diminuta e H. nana), que podem afetar diretamente a saúde de vertebrados. Alguns desses parasitas já são conhecidos por causar doenças gastrointestinais severas em humanos e animais de estimação, principalmente répteis e anfíbios.

O estudo também destacou que insetos importados da Ásia e da África apresentaram maior risco de contaminação, assim como aqueles mantidos em fazendas abertas, onde havia contato com outros animais ou fontes externas de infecção. Além disso, práticas inadequadas de manejo, como o reaproveitamento de insetos não consumidos por pets ou a alimentação com restos orgânicos contaminados, favoreceram a proliferação dos parasitas.

Diante desses achados, os autores alertam que a criação de insetos para consumo deve ser constantemente monitorada para evitar riscos sanitários. Métodos como congelamento e cozimento podem reduzir a carga parasitária, mas nem sempre são eficazes contra todos os agentes infecciosos. Regulamentações mais rigorosas e padrões de controle sanitário são essenciais para garantir a segurança alimentar e evitar surtos de doenças associadas ao consumo de insetos contaminados.

Fonte: https://bit.ly/4178DPc

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.